Marília Mendonça foi a maior cantora sertaneja da última década. A artista, que morreu há um mês após a queda do avião em que estava, na serra de Caratinga-MG, reconfigurou o cenário musical e colocou as mulheres como protagonistas das próprias histórias. Como representante do chamado “feminejo”, ela deu voz a temas como traição, amores e rompimentos e, com isso, conquistou milhões de fãs por todo o Brasil.
No entanto, para que hoje tantas outras possam ocupar posições de destaque, nomes como As Irmãs Galvão, Inezita Barroso (1925 – 2015) e Roberta Miranda chegaram antes e abriram espaço quando o cenário ainda era predominantemente masculino. Em mais de 74 anos de parceria, por exemplo, as irmãs Mary e Marilene Galvão construíram uma das carreiras mais sólidas da música brasileira. Ao todo, elas gravaram mais de mil discos e venderam cerca de 11 milhões de cópias.
Em entrevista ao R7, logo após anunciar o fim da dupla, Mary falou sobre o início da trajetória e do preconceito que elas sofreram por serem mulheres. “A gente sabe que a coisa é forte. Quanta coisa nós poderíamos ter feito e não fizemos. E não fizemos porque não deram oportunidade. E para nós aquilo estava certo. Se pudéssemos começar agora do zero, faríamos tudo diferente.”
Marília Mendonça, que carregava em si todas essas outras artistas que vieram antes, também foi responsável por inspirar várias cantoras da nova geração, como Maiara e Maraisa, Yasmin Santos, Lauana Prado, Mari Fernandez, Luíza (da dupla com Maurílio) e as irmãs Júlia e Rafaela.