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Da toga ao banco dos réus

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Imagem: AGORA com Vanzeli Da toga ao banco dos réusO ex-juiz Sergio Moro vive seu inferno astral na política. Depois de ver o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, mencionar em seu voto no julgamento de sua suspeição à frente dos autos da Lava-Jato que ele cometera crime de abuso de autoridade, agora o Ministério Público Paulista o investiga por suspeita de fraude eleitoral por conta da sua mudança de domicílio eleitoral, de Curitiba para São Paulo, capital do estado pelo qual ele deve concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Será que vai?

Depois de condenar o ex-presidente Lula e de dar cumprimento à sua prisão, Moro teve até um gigante boneco inflável vestido de super-homem com o seu rosto nas manifestações contra o governo de Dilma Rousseff. Enebriado pelos holofotes, e em busca do aplauso fácil, o então juiz trocou os pés pelas mãos no processo, extrapolou sua competência funcional, semeou nulidades insanáveis nos autos e chegou mesmo a tutelar as ações do Ministério Público Federal, criando grupo de Telegram destinado a discutir (e definir) as ações dos procuradores federais, o escândalo que ficou conhecido como “Vaza-Jato”, publicadas pelo The Intercept Brasil, e não negadas por Moro.

Depois, pediu exoneração como juiz para ser subordinado de Bolsonaro à frente do Ministério da Justiça, pelo que foi acusado de “tirar” Lula do pleito para, depois, integrar o governo vitorioso nas eleições. Não parou por aí. Em ato tido até hoje por bolsonaristas como uma traição, Moro deixou o ministério acusando o presidente de tentar interferir na Polícia Federal para proteção de seus filhos e aliados. Partiu, então, para a advocacia corporativa, tendo sido contratado pela Alvarez & Marsal, uma banca advocatícia americana que teve 77% de seus rendimentos pagos em honorários por empresas alvo da Lava-Jato. Outra suspeita. Moro veio a público e apresentou seus rendimentos como funcionário do escritório. A bagatela de R$3,5 milhões de reais foi seu rendimento em 2021, algo em torno de R$ 291 mil reais por mês.

Ele larga um emprego pomposo desse para se filiar no Podemos, em novembro de 2021, e se lançar pré-candidato da sigla ao Palácio do Planalto. Em seu primeiro discurso, ato que custou mais de R$ 2 milhões ao partido, Moro afirmou: “Chega de mensalão, chega de petrolão, chega de rachadinha, chega de orçamento secreto”, em clara alusão a dois de seus adversários eleitorais, Lula e Bolsonaro. Com graves problemas internos dentro do Podemos, Moro se cerca de um núcleo descolado da direção da sigla, distanciando-se da legenda cada vez mais.

Esse movimento resultou em sua migração para o União Brasil, cuja direção o recebeu com reticências. Também, pudera! Depois de ter sido parcial no processo de Lula, depois de trair o presidente Bolsonaro, deixando o governo com acusações seríssimas contra seu superior, depois de ter advogado para escritório que atendia as recuperações judiciais das empresas que ele mesmo quebrou com sua atuação judicante, depois de dar um “balanga beiço” no pessoal do Podemos, quem poderia lhe emprestar confiança?

Inclusive, Moro teve que dizer que estava abandonando sua pré-candidatura à presidência. Foi uma das condições para o aceitarem no União Brasil. Em seu ato de filiação, os figurões do partido, como Luciano Bivar e ACM Neto fizeram questão de não comparecer. Como resposta, no dia seguinte ao da filiação Moro afirmou que não tinha desistido de nada, o que deixou o partido em polvorosa. É que o União Brasil tenta construir uma terceira via eleitoral com Bivar concorrendo à Vice-Presidência. Desmentido, Moro disse que não faria o papel de “puxador de votos” pelo partido concorrendo a deputado federal, e que tentaria uma vaga no Senado. Isso fez com que o apresentador da Band, José Luiz Datena, então pré-candidato ao Senado pelo União Brasil, deixasse o partido para se filiar ao PSC. Agora, Moro deve mesmo concorrer a uma vaga de deputado federal, e será um problema para o partido, quer ganhe Lula (que o odeia), quer ganhe Bolsonaro (que também o odeia). Perderá espaço porque não pode ser o articulador do partido no congresso, qualquer que seja o governo eleito.

Por onde passa, Sergio Moro causa problemas. Será que ele tem solução para isto?

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