Lula anda desbocado. Liderando as pesquisas de intenção de voto, deveria “jogar parado”. Mas, preferiu correr mais em campo e só tem dado bola fora.
Suas declarações já preocupam os próprios petistas. Depois de pérolas como “a mulher tem que perder a vergonha de praticar aborto”, “o Bolsonaro não gosta de gente, só de policiais” (como se os policiais não fossem gente), só disse bobagens na entrevista que concedeu a uma das principais revistas do mundo, a norte americana “Time”.
Quanto à guerra na Ucrânia, Lula afirmou que Volodmir Zelensky, presidente da Ucrânia, seria tão responsável pelo conflito quanto o presidente russo, Vladimir Putin. Chegou mesmo a dizer que Zelensky queria a guerra e que os americanos e europeus cutucaram Putin com a OTAN “para ver se ele mordia”. Análise superficial e equivocada que põe a lume a visão distorcida de mundo que Lula tem.
Mas o que mais me chamou a atenção na entrevista não foi o que Lula falou, e sim o que ele deixou de falar. Perguntado sobre suas propostas para a economia brasileira, respondeu: “A gente não discute política econômica antes de ganhar as eleições. […] Quem tiver dúvida sobre mim olhe o que aconteceu nesse país quando eu fui presidente da República: o crescimento do mercado. […] Ao invés de perguntar o que é que eu vou fazer, olhe o que eu fiz”. A resposta deixa claro que ele não tem qualquer plano para nossa economia. De duas uma: ou ele não sabe o que fazer com a economia ou pensa que lhe devemos idolatria e adoração tais que nos levem à confiança cega em sua pessoa a despeito da ausência de propostas.
Esse personalismo maligno que Lula vem explorando coloca-o cada dia mais perto do maior fiasco eleitoral da história, caso ele não vença o pleito. Com intenções de voto para ganhar no primeiro turno no início do ano, Lula viu sua distância para Bolsonaro diminuir, pesquisa após pesquisa. O último levantamento feito pela Paraná Pesquisas no estado de São Paulo mostrou que Bolsonaro já ultrapassou Lula entre os paulistas. Na pesquisa espontânea, 22,1% dos entrevistados disseram que votarão no presidente, enquanto Lula é o preferido de 20,7%. Já há petista torcendo para Lula parar de dar entrevista.
Lula também não esclareceu a institucionalização da corrupção durante os governos do PT (mensalão, petrolão, compra da refinaria de Pasadena, escândalo nos Correios, em Furnas, nas obras dos estádios da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, no emprego do BNDES para “turbinar” as empresas campeãs brasileiras como a JBS para depois bilhões de reais voltarem para o caixa 2 de campanhas eleitorais etc, etc, etc). Ele pode até dizer que não sabia de nada, mas não pode deixar de tocar no assunto. É agredir por demais a inteligência de quem lê a reportagem.
De igual sorte, Lula não explicou a derrocada do governo Dilma Rousseff na economia. Sob a batuta da “presidenta” escolhida por ele, o PIB brasileiro recuou 6,8%; o desemprego saltou de 6% para 12%; as constas da união restaram com déficit na casa dos 130 bilhões de reais. Dilma Realizou a maior renúncia fiscal da história para, exagerando nas isenções e subsídios, endividar as famílias brasileiras. Enquanto isso, a corrupção era “turbinada” pelos asseclas que compunham seu (des)governo.
Lula se comporta como se fosse Deus, como se não precisasse apresentar propostas ou não devesse explicações ao povo brasileiro. Esquece-se que a soberba precede a ruína. Ou, em linguagem mais coloquial, o “já ganhou” é irmão do “já perdeu”.