Desde a decretação de estado de greve por parte dos servidores públicos concursados do Município de Rondonópolis e o anúncio de mobilizações como estratégia de pressão sobre a administração pública ante as reivindicações das categorias, era aguardada uma grande manifestação em ato público comandando prefeito José Carlos do Pátio (PSB). A previsão de cumpriu na manhã desta sexta-feira (13), durante a inauguração do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Antônio Vanier de Oliveira, no bairro Cidade Salmen.
O ato ocorre um dia após o anúncio de complemento salarial aos servidores comissionados da Saúde, que atuam nas unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF), previsto para ser concedido até agosto deste ano. Dos servidores de carreira, a manifestação parte do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (Sispmur). “O principal motivo [do protesto] é exigir que o prefeito respeite o servidor público. A creche é linda, perfeita e este bairro precisa. Mas não precisa somente de estrutura e paredes. Precisa também de profissionais com condições de trabalho”, diz a presidente Geane Lina Teles. “Aqui nessa nova [creche], no almoxarifado tem materiais de limpeza, tem Q’boa (água sanitária), tem tudo. Mas vai nas outras unidades pra ver. Não tem nada. Não tem as condições mínimas para se trabalhar”, afirma.
A fala da presidente foi feita do lado de fora da unidade, acompanhada de servidores com faixas e cartazes de protesto. Enquanto isso, lá dentro, o prefeito José Carlos do Pátio discursava, sem mencionar o ato sindical. “Não há diálogo”, completa Geane. Ainda na entrevista, ela voltou a defender a reposição salarial às categorias, umas das pautas dos servidores concursados. Segundo afirma, o déficit financeiro dos servidores municipais em Rondonópolis chega a casa dos 14,58%. “O poder de compra dos servidores diminuiu”.
Estado de greve e reivindicações
No dia 5 de maio, os servidores públicos do Muncípio de Rondonópolis sinalizaram, em Assembleia Geral, aderir ao chamado Estado de Greve. O termo implica uma espécie de “alerta” a Prefeitura, prevendo a paralisação imediata caso fracassem as negociações junto ao Poder Executivo.
Na lista de reivindicações dos servidores públicos, o pagamento do Reajuste Geral Anual referente ao ano de 2020 (em 2021, segundo, afirmam, foi pago abaixo do esperado), valorização das categorias, reposição salarial e revisão do Plano de Cargos Carreiras e Salários, entre outros.
Servidores da Saúde, Educação, Autarquias, Instrumentais, Agentes de Endemias, entre outros, se reuniram no clube dos servidores. A reportagem do portal Agora MT acompanhou o início das tratativas. “Nossa mobilização aqui sinaliza um basta. Tentamos de todas as formas um diálogo com o prefeito. Não quero dialogar com o secretariado, mas, sim, com quem tem o poder da caneta”, disse na ocasião a presidente do Sispmur.