Quando Maria fala do João, eu sei mais sobre Maria que de João. O oposto é verdadeiro.
Só reconheço aquilo que conheço. Como é fácil você conhecer da personalidade de uma pessoa apenas observando a forma como ela fala sobre o outro.
Tem inclusive uma passagem bíblica onde Jesus diz: “enquanto vê o cisco que está no olho do irmão não vê a trave que esta no seu…” Somos capazes de reconhecer nossas mazelas de longe, porém não temos consciência que estas são partes nossas que rejeitamos e o que nos resta é denegrir com o intuito de que ela fique mais distante. O que na verdade apenas é fortalecida.
Se você sente medo é porque sabe o que é coragem; você só sente falta de alguém porque essa pessoa lhe é importante. Só se tem saudade do que é bom.
As vezes passamos a vida inteira olhando pela janela e vemos o lençol do vizinho estendido, um lençol amarelado, um pouco sujo, mas não percebemos que na verdade é nossa janela que não está limpa. O reflexo que vejo no olho do outro é a minha própria imagem.
Então quer dizer que não preciso de anos de terapia para saber quais são minhas fragilidades e quais os pontos que preciso melhorar? Sinceramente talvez não, o que precisa é estar atento aos sinais. O que te incomoda tem mais a ver com você do que com o que o João ou a Maria falou sobre você.
Olhar para o outro como um presente que Deus lhe dá no processo de amadurecimento, seria uma oportunidade de como tornar a vida mais leve.
O oposto também é verdadeiro.
Na estrada da vida podemos aproveitar as pedras e fazer esculturas ou vê-las como empecilhos. Podemos passar pelos buracos e agradecer por juntar agua e ser útil para os animais se achegarem para matar a sede ou reclamar que o terreno está irregular. O alto só existe porque existe o baixo. O bom só existe porque existe o mau…
Viver pode ser leve ao invés de pesado, basta mudar a perspectiva. O oposto também é verdadeiro.
Abraços e até a próxima. Deus te abençoe.