A Secretaria Municipal de Saúde de Rondonópolis afirmou, por meio de um comunicado, na manhã desta segunda-feira (30) que não tem registros oficiais de casos de microcefalia no município. A declaração foi feita após ser divulgada pela mídia na semana anterior, a informação que há em Mato Grosso, 58 casos de microcefalia, sendo 46 registrados em Rondonópolis.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, no dia 17 de novembro, a Vigilância Epidemiológica recebeu a informação da infectopediatra do Hospital e Maternidade Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, sobre 13 possíveis casos de microcefalia a partir do mês de agosto, contudo, ainda seria necessário reavaliar os recém-nascidos para dar um diagnóstico final.
Desta forma, o fato foi levado ao conhecimento da secretária municipal, Marildes Ferreira e ao Escritório Regional de Saúde de Rondonópolis, sendo agendada uma reunião para esta quarta-feira (2) entre os médicos e a equipe da secretaria municipal para viabilizar as estratégias necessárias sobre a possível situação.
De acordo com a assessoria, a Secretaria Municipal de Saúde irá montar um ambulatório específico para atender esses possíveis casos e desta forma, reavaliá-los para que possa ser feito o diagnóstico.
A Vigilância Epidemiológica também aguarda que seja feito um levantamento pela Santa Casa dos possíveis casos dos neonatos (prematuros). Após ser encaminhadas as notificações a unidade, estas serão inseridas no sistema.
Confira o comunicado na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde, através do departamento de Saúde Coletiva, divisão de Vigilância Epidemiológica comunica que, em consonância com a Portaria GM nº 1.813 de 11 de novembro de 2015, que declara Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional – ESPIN, por alteração do padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil.
A infectopediatra do Hospital e Maternidade Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, no dia 17 de novembro, relatou à Vigilância Epidemiológica 13 possíveis casos de microcefalia a partir do mês de agosto. Foi solicitado que enviasse à epidemiologia com urgência as notificações para serem inseridas no sistema, porém a médica informou que seria necessário reavaliar os recém nascidos e solicitou que o município disponibilizasse um ambulatório.
Alguns questionamentos ainda não foram esclarecidos como: a partir de que mês esses eventos começaram a ocorrer? Em que momento foram detectados esses casos: foi durante a gestação, foi através de ultrassonografia, foi no momento do parto ou retorno após o parto? A gestante foi acompanhada pelo médico referência para gestante de alto-risco?
Esse fato foi levado ao conhecimento da secretária municipal e do Escritório Regional de Saúde de Rondonópolis. Uma reunião ficou agendada para o dia 02 de dezembro entre os médicos e a equipe da secretaria municipal para viabilizar as estratégias necessárias para o enfrentamento do problema.
Nesta sexta-feira, 27, Sandro Luis Neto, da Secretaria Estadual de Saúde via contato telefônico, pediu para que a Vigilância Epidemiológica inserisse no sistema 54 casos de microcefalia. Foi informado a ele, que o Hospital ainda não havia encaminhado as notificações e ou correções nas declarações de nascidos vivos e que a médica iria reavaliar os casos e que já havia uma reunião agendada para discutir ações e medidas necessárias.
Sandro Luis Neto, informou que naquele momento a médica de referência estadual Dra. Silbene Lotuffo, estava dando uma entrevista coletiva e comunicando o evento adverso na região Sul de Mato Grosso. Questionado sobre a falta da notificação, o mesmo informou que a médica manteve contato direto com a infectopediatra Dra. Vanessa Siano e, que havia recebido do ERS/ROO o memorando nº 1012/2015, o qual também cita o nome do médico pediatra Rafael Leite Almeida, relatando o aumento de microcefalia.
Diante dos fatos ocorridos, a Vigilância Epidemiológica aguarda que a Santa Casa, faça um levantamento dos possíveis casos notificáveis dos neonatos (prematuros) ali nascidos e encaminhe devidamente assinadas para serem inseridas no sistema, bem como todo caso suspeito, conforme recomendação do Ministério da Saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde, fará uma força tarefa para que todos os neonatos suspeitos, sejam reavaliados e acompanhados por especialistas e já pediu explicações junto ao Escritório Regional de Saúde/ Roo, de não cobrar o envio das notificações para a Vigilância Epidemiológica municipal.