Abate de aves e bovinos em Mato Grosso seguiu tendência nacional de aumento no primeiro trimestre deste ano, mas com crescimento superior à média brasileira e regional. Na avicultura, a expansão no volume de abates chegou a 21,6% sobre o total de 40,530 milhões cabeças do ano passado, fechando trimestre com 49,304 milhões de aves abatidas no Estado, conforme pesquisa divulgada nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No país, crescimento médio chegou a 8,2%, com 1,305 bilhão de aves abatidas entre janeiro e março deste ano. No Centro-Oeste, o incremento foi de 12,3%, totalizando 186,713 milhões de aves. Registraram queda neste segmento os estados do Pará (-4,9%), Sergipe (-6,5%) e Bahia (-1,3%). Na bovinocultura, Mato Grosso se destacou pelo maior número de reses abatidas, com 1,055 milhão nos 3 primeiros meses de 2011, 3,7% a mais sobre o total de 1,017 milhão em 2010. Em crescimento no volume de abates, o índice foi inferior ao de outros estados brasileiros, como Amazonas (46,4%) e Piauí (18,9%), mas superior à média nacional (0,2%).
Em todo país, total de bovinos abatidos somou 7,096 milhões. Houve queda em 8 estados brasileiros: Pará (-4,6%), Ceará (-4,1%), Bahia (-5,9%), Minas Gerais (-12,4%), Espírito Santo (-15,1%), São Paulo (-5,7%), Paraná (-8,8%) e Santa Catarina (-23,1%).
Na suinocultura mato-grossense, houve alta (2,7%) nos abates, fechando o trimestre com 474,732 mil animais. Índice, porém, ficou abaixo da expansão média nacional (4,5%) e regional (4,8%). No Brasil foram abatidos 8,160 milhões de suínos. Neste segmento, houve retração no volume de abates em 4 estados: Paraíba (-9,3%), Sergipe (-2,1%), Espírito Santo (-17,6%) e São Paulo (-4,9%).
De acordo com o IBGE, preços elevados da carne bovina podem ter estimulado o consumidor a optar pelas aves, o que resultou no recorde do abate. Para o presidente da Associação Mato-grossense dos Criadores de Aves (Amav), Tarcísio Schroeter, o surgimento de novas granjas no Estado, associado à melhoria do poder aquisitivo das camadas menos favorecidas economicamente, influenciam no aumento da demanda, tanto por carne de frango quanto de ovos.
Superintendente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, acrescenta que mesmo com preços mais elevados comparativamente com outras opções, o consumo de carne bovina se mantém, tanto no mercado doméstico quanto internacional. Para ele, a pesquisa ratifica constatação dos criadores, de que não falta animais prontos para abate. “O rebanho existente no Estado é suficiente para atender todos os frigoríficos”. Na suinocultura, conforme o diretor-executivo da Associação de Criadores e Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, há uma crise acentuada. Fechamento de mercados na Rússia e Ucrânia afetaram o segmento, assim como os altos custos de produção”.