Segurando nas mãos cartazes com os dizeres: “Queremos Justiça;” “Queremos paz e igualdade para todos os seres humanos;” “Cadê a Polícia?” foi essa a forma que familiares de Wagner de Oliveira Batista encontraram para se manifestar num pedido de justiça.
Wagner tinha apenas, 25 anos e era mais conhecido como Luana Riani, um travesti que fazia programas nas noites da cidade e tinha como “ponto” a Avenida Presidente Médici, nas imediações da BR-364. Ele foi morto de maneira violenta e o corpo foi encontrado ao amanhecer do dia (08/09).
O Corpo estava seminu e havia sido deixado num terreno de uma construção no Jardim Morumbi. Wagner ou Luana, tinha as mãos amarradas para traz com um material usado em lacres (língua de sogra) e tinha uma grave lesão na altura do pescoço indicando ter sido degolado.
Passados aproximadamente dois meses da morte, os familiares do jovem se reuniram para tornar público o seu pedido de esclarecimento e cobrar mais rigor nas investigações.
A mãe de Wagner é a auxiliar de cozinha, Cení de Oliveira Batista, 47 anos. Bastante emocionada falou do último contato que teve com o filho, dizendo que ele estava bastante feliz e dizia que tinha vontade de sair das ruas e montar um salão de cabeleireiros. Enfim ter uma vida longe da prostituição.
Já a avó Maria Conceição Rodrigues, 67 anos, uma das pioneiras de Rondonópolis não escondeu a sua decepção com a demora da polícia em apontar os envolvidos e disse: “Se fosse filho de papai já estava resolvido. Mas como é filho de pobre até agora nada.” E lembrou-se dos tempos que Wagner era apenas um bebê que ficava sob seus cuidados enquanto a mãe trabalhava para ajudar no sustento da casa.
O grupo composto basicamente por familiares da vítima foram todos unânimes em dizer que o caso está caindo no esquecimento, e alguns se manifestaram de maneira em não acreditar que vão ver o autor ou autores do crime presos.
Procurado recentemente por nossa equipe de reportagens o Delegado Coordenador do Centro Integrado de Segurança e Cidadania Henrique Freitas Meneguelo disse que as investigações continuam, é um caso complexo, e pediu paciência da família. Ele não se descarta a possibilidade de ter “gente grande” envolvida. Ao se referir a uma pessoa da classe média alta da cidade e que tem prazer em relações homossexuais. O delegado citou ainda que as investigações seguem outros rumos e que é uma questão de tempo para a polícia responder aos anseios da família.
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