O produtor rural de Mato Grosso que apostou nas variedades precoces e superprecoces de soja para a safra 2011/12 já se prepara para colher o que plantou em meados do mês de outubro. Eles são os primeiros a começarem os trabalhos, enquanto quem optou pelos ciclos de maior duração precisa aguardar até o mês de fevereiro para colocar as colheitadeiras no campo. A região de Sapezal, a 473 quilômetros de Cuiabá, é a primeira do estado a dar a largada na colheita do grão.
Na localidade, o cultivo da soja começou em uma época em que o volume de chuvas ainda não era considerado adequado. Em Sapezal, nas propriedades dos grandes grupos as máquinas começam a colher a próxima safra da soja a partir de segunda-feira (02). É o que esperam representantes dos grupos. Na Fazenda Santa Luzia foram reservados 12 mil hectares para a cultura e a promessa é de bons resultados.
“Estamos esperando a segunda-feira para a colheita. Se der sol, capaz de começarmos antes. Tivemos alguns problemas com estiagem e em algumas áreas não vamos colher aquilo que planejamos”, explicou o coordenador técnico da propriedade, Carlos Daluz ao G1. O grupo possui propriedades distribuídas entre as cidades de Campos de Júlio (3), a 692 km da capital, além de Sapezal (5). No entanto, a unidade de Santa Luzia será a primeira a iniciar o procedimento.
A expectativa, conforme o responsável, é colher até 52 sacas por hectare, resultado semelhante ao alcançado no último ano. Conforme Daluz, a escolha da variedade superprecoce deu-se ao fato do interesse em semear uma segunda safra de algodão.
Ainda em Sapezal, nas fazendas Sperafico e Três Lagoas, a primeira semana de janeiro marca o início da colheita da soja. As terras pertencem a um segundo grupo que atua na área do agronegócio e detém uma de 40 mil hectares. “Começamos no início de segunda-feira ou terça-feira, dependendo do clima”, falou Angelo Massambani, engenheiro agrônomo.
Variedade normal
Na região médio norte de Mato Grosso, os irmãos Domingos e Nelson Munareto vão colher a safra de soja somente no mês de fevereiro. Eles optaram pela variedade de ciclo tradicional e semearam a cultivar em uma área de 30 mil hectares distribuída entre as cidades de Sinop, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Mutum e Santa Rita do Trivelato.
A projeção, segundo Domingos Munareto, é alcançar até 55 sacas por hectare e fechar o ciclo com uma produtividade de 3,3 mil quilos por hectare. “A soja está florando. Quem opta por plantar algodão se obriga a plantar a soja superprecoce”, destacou o produtor rural.
A realidade dos irmãos é a mesma de dezenas de agricultores da região onde, na maior parte das vezes, o uso da soja de ciclo normal é mais recorrente.
Área e produção
Em Mato Grosso, a área destinada à soja em 2011/12 deve apresentar crescimento de 8,9% frente a 2010/2011 segundo a última revisão da safra pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Se a projeção for confirmada, ela deve saltar de 6,4 milhões de hectares a 6,9 milhões de hectares entre um período e outro.
O maior incremento deve ocorrer sobre o norte mato-grossense, cujo espaço deve saltar 121,3%, passando de 39 mil hectares a 86,3 mil hectares, de acordo com o Imea. Já a produção prevista para o próximo ano é de 22,1 milhões de toneladas, alta de 7,8% frente ao ciclo anterior, que somou 20,5 milhões de hectares.