O vereador Mohamed Zaher (PSD) afirmou nesta quarta-feira (02/05) que R$ 130 mil por mês estão sendo pagos para empresas de consultoria da obra da travessia urbana, BR 364 do trevo até a Polícia Rodoviária Federal, para não fazerem nada. A conclusão foi tirada depois da reunião realizada na segunda-feira (30/04) pelo Comitê Pró-Rodovia no auditório da Acir, onde ficou constatado que a travessia possui problemas técnicos que não permitem a execução da recuperação da base do asfalto da via antiga, como previa o contrato. Ele defende que seja investigado o processo para saber de quem foi o erro. A obra deverá ter o projeto refeito nos próximos dias.
Para o vereador, há dinheiro público indo para o ralo. “Estamos tendo prejuízo sim, estamos pagando R$ 100 mil por mês para uma empresa de consultoria técnica contratada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes) e mais R$ 30 mil para uma empresa contratada pela prefeitura e ninguém viu que tinha problema. Então estamos pagando R$ 130 mil para duas empresas darem parecer técnico e fiscalizarem uma obra de pouco mais de 13 quilômetros, e o serviço não está sendo prestado”, criticou. As empresas em questão são a Maia Melo Engenharia Ltda e a Diefra Engenharia e Consultoria Ltda. A primeira contratada pelo Dnit e a segunda pela prefeitura. “Pelas minhas contas são mais de R$ 2 milhões jogados no ralo”.
O vereador já havia solicitado durante a reunião do comitê, que sejam tomadas providências, tanto para a prefeitura quanto para o Dnit, diante da ineficiência dos serviços contratados pelas empresas. O superintendente do Dnit, Luiz Antônio Garcia, disse, na oportunidade, que será aberto processo administrativo contra a Melo Maia. Em relação à prefeitura não houve resposta.
Os problemas da travessia urbana vieram à tona no final da semana passada quando a prefeitura, responsável pela obra, apresentou relatórios sobre os problemas apresentados. Na reunião com o comitê, foi a vez do proprietário da empresa Objetiva Engenharia e Construções, Francisco de Sales, apresentar os números. Segundo ele, a empresa recebeu R$ 27 milhões do poder público e executou pouco mais de 45% da obra. E acrescentou que há problemas no asfalto da pista nova, que será reparado pela própria construtora e que não há condições de executar o serviço previsto no contrato na pista antiga que seria recuperada. Ficou apurado que terá que ser feita nova sub-base e outra base para receber o asfalto. A construtora disse ter avisado a prefeitura sobre o problema apresentado no local. O trecho se refere a 1,5 quilômetros que estão pura poeira e buraco, causando danos a quem trafega pela estrada.
O vereador também comparou a obra de Rondonópolis a outras, inclusive no Norte de Mato Grosso, que não apresentaram problemas de execução. “Não sei porquê só temos problemas aqui? Nos outros locais está tudo muito bem, tudo muito lindo. Aqui estamos esperando pela obra há quatro anos e quando finalmente começa, apresenta problemas de natureza técnica. Temos que apurar quem são os culpados pelo erro”.
A empresa Diefra possui outros contratos com a Prefeitura Municipal de Rondonópolis, assim como, em várias outras prefeituras e também com o Estado. Além do consórcio em que ela participa ser vencedor de um lote de desapropriação da Secopa (Secretaria Especial da Copa).