O governo venezuelano anunciou nesta quinta-feira (24) que empreenderá “ações legais” após a publicação de uma fotografia falsa do presidente Hugo Chávez pelo jornal espanhol “El País”, na qual o mandatário supostamente aparecia entubado.
“O governo venezuelano anuncia que exercerá as ações legais pertinentes ante o agravo cometido, que não se compensa de modo algum com as magras desculpas oferecidas pela empresa de difusão em massa a seus leitores”, afirmou o ministro de Comunicação, Ernesto Villegas, ao ler um comunicado.
O jornal espanhol se defendeu nesta quinta, ao destacar que a agência de notícias Gtres Online que forneceu a foto do presidente Hugo Chávez tinha indicado que a havia obtido de uma enfermeira cubana, intregrante da equipe médica do dirigente.
“A agência indicou que a foto era de uma enfermeira cubana, fornecida por sua irmã, que vive na Espanha. Esta (a irmã), por sua vez, entrou em contato com a agência. A Gtres Online transmitiu ao El País sua confiança na veracidade da foto”, comentou o jornal em sua edição digital.
O El País se viu obrigado, nesta quinta, a pedir desculpas depois de publicar na primeira página de sua versão impressa e na internet a foto de um homem intubado em uma cama de hospital, apresentada erroneamente como uma imagem exclusiva do presidente Chávez.
A foto procedia, em realidade de um vídeo de uma operação postada em 2008 no portal YouTube.
“O jornal requeriu mais informações à agência ao longo de várias conversas. A Gtres Online explicou que a imagem havia sido tirada sete dias antes e que a pessoa que supostamente obteve a foto teria sido retirada do círculo médico que atende Chávez”, prosseguiu o jornal de Madri.
O El País assegurou que “a agência reconheceu que tinha sido enganada por quem lhe forneceu o material e que empreenderá ações legais”.
O jornal espanhol insistiu que os responsáveis discutiram se deviam publicar a foto e “a conclusão a que se chegou é que a imagem era pertinente em um momento em que o estado de saúde do presidente venezuelano é motivo de grande polêmica e de um acalorado debate político em seu país por sua ausência na posse após as eleições presidenciais e diante da falta de transparência das autoridades”.