O excesso de chuvas deve reduzir em aproximadamente 10% a produção total de grãos em Mato Grosso na atual safra (2012/2013), estimada em 44,316 milhões de toneladas no 5º Levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A retração é prevista pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e contradiz o prognóstico realizado pela Companhia entre os dias 21 a 26 de janeiro, que aponta incremento de 9,8% na produção mato-grossense, ante o resultado da última safra, de 40,353 milhões (t). Mais da metade (55%) da produção de grãos do Estado é garantida com o cultivo da soja, que tem o volume estimado em 24,447 milhões (t) pela Conab nesta safra. Essa quantidade representa aumento de 11,9% em comparação com a safra 2011/2012, quando foram colhidas 21,849 milhões (t), além de ser a maior do país. Mas, as condições climáticas para a safra 2012/2013 afetaram as lavouras e a colheita será menor que o previsto, diz o diretor financeiro da Famato, Nelson Piccoli.
Baixa luminosidade e umidade excessiva nos campos de soja prejudicam a produtividade e dificultam a colheita, que atualmente abrange cerca de 11% da área plantada, ou seja, cerca de 900 mil hectares do total de 7,890 milhões (ha) cultivados. “Acredito que iremos colher no máximo 22,5 milhões (t) de soja porque a produtividade deve ficar abaixo de 50 sacas por hectare”. Na safra 2011/2012 a produtividade média registrada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) no Estado para as lavouras de soja foi de 50 sacas por hectare. Outro elemento que contribui para esse resultado é a produção em áreas anteriormente ocupadas com pastagem, que envolve 800 mil hectares e registra baixa produtividade. Efeitos negativos observados este ano para a soja atingem também a produção do milho segunda safra,
que deve ser plantado no final deste mês, substituindo a oleaginosa. “O ideal é plantar a partir do dia 25 de fevereiro, mas com a colheita (da soja) atrasada, o plantio do milho também atrasa”. Além disso, causa inquietação nos produtores a perspectiva de uma antecipação da seca após esse ciclo de chuvas intensas, que tende a ser mais curto. “Aí compromete a produtividade do milho”. Pela estimativa da Famato, a produção do grão pode diminuir até 15% na safra 2012/2013, rendendo cerca de 14 milhões de toneladas.
Na safra anterior, com o favorecimento do clima, a produtividade registrada no Estado chegou até a 104 sacas por hectare e a produção a 15,586 milhões (t). Para a atual, a previsão que não ultrapasse 85 sacas por hectare. “Há 30 dias o setor produtivo estava eufórico, mas agora o momento é de preocupação”. Prognóstico da Conab aponta para um volume de 16,116 milhões (t), sendo 7,3% acima da quantidade diagnosticada na última safra (15,025 milhões/t). Área plantada está projetada em 3,174 milhões de hectares e deve crescer 20% em comparação com o último ciclo produtivo, quando foram cultivados 2,645 milhões (ha).
No país, a produção de soja deve crescer 25,7% e chegar a 83,424 milhões de toneladas, ante 66,383 milhões (t) da safra anterior, sendo o principal produto em volume. Quanto ao milho segunda safra, o crescimento estimado é de 4,6% e um volume de 40,9 milhões (t), contra 39,1 milhões (t) obtidos no ciclo 2011/2012. Segundo a Conab, se confirmada essa quantidade, será a maior safra da cultura, superando a produção do milho primeira safra, estimada em 35,1 milhões de toneladas. Outra observação dos técnicos da Conab é que as culturas de soja e milho foram as que apresentaram maior crescimento em relação à área plantada. Cultivo da soja envolveu 27,6 milhões de hectares, num acréscimo de 10,4% sobre o espaço ocupado na safra 2011/2012, quando chegou a 25milhões (ha). Plantio do milho 2ª safra passou de 7,6 milhões de hectares para 8,3 milhões (ha), num crescimento de 8,5%.Toda a área produtiva do país está estimada em 52,98 milhões (ha) e a produtividade esperada deve ser a maior da história, de cerca de 3,5 toneladas por hectare, sustenta a Conab.
A produção total de grãos do país está projetada em 185 milhões de toneladas, sendo 11,8% acima do volume obtido na safra anterior, quando alcançou 166,182 milhões (t).