Após a ausência do prefeito Percival Muniz em uma reunião agendada para a manhã desta terça-feira (21) onde seria discutida a questão da reposição salarial, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (Sispmur) repudiou as declarações do chefe do Poder Executivo na conferência das cidades e na discussão do plano municipal de educação ocorrido na UFMT.
Rubens de Oliveira Paulo, presidente do Sispmur, explicou que apesar da reunião ter sido agendada há algum tempo o prefeito simplesmente não compareceu, mesmo estando na cidade. A pauta da reunião com Percival seria entre outras coisas o reajuste salarial dos trabalhadores que precisa ser apresentada na próxima Assembleia Geral dos servidores, marcada para o dia 29 de maio.
O sindicalista destacou que durante a campanha eleitoral, Percival participou de uma sabatina com os servidores e recebeu as reivindicações do Sispmur, prometeu valorização e agora critica os servidores em todas as reuniões e eventos em que o mesmo comparece.
Segundo Rubens, Percival tem feito declarações de que os servidores do município são ‘preguiçosos’, não gostam de trabalhar e são verdadeiros ‘marajás’ que ganham muito e não fazem nada. Rubens reitera que isso é uma inverdade, pois os efetivos foram os únicos responsáveis pela continuidade dos trabalhos entre os meses de novembro e fevereiro, quando o número de servidores do município foi reduzido.
Nos primeiros meses do seu governo, o Prefeito lotou todos os cargos que estavam vagos, além de uma lotação exagerada de contratados que não conseguem desempenhar suas funções simplesmente por não saber, e o servidor efetivo tem que ensinar porque ninguém começa sabendo e isso se repete a cada troca de administração.
Paulo argumentou que em relação ao salário que o prefeito não para de criticar, fazendo generalizações que todos os servidores são preguiçosos e marajás. Contudo, essas ponderações na imprensa e na sociedade são encaixadas para políticos e isso não é novidade para ninguém.
Como se não bastasse às declarações, Rubens observou que Percival adquiriu um hábito reprovável de criticar os professores, que para o presidente do Sispmur são os agentes transformadores da sociedade, os produtores do conhecimento que cotidianamente ensinam e trabalham de tal forma com as crianças, que nem os próprios pais conseguem impor limites. E ainda, comparam alunos de escola privada com os alunos de baixa renda das escolas públicas que não tem acesso à informação.
Rubens frisou que é lamentável, mas até o momento o chefe do Poder Executivo tem apenas criticado erroneamente os servidores que desempenham as atividades com seriedade, dedicação e que são altamente qualificados, em regra com nível superior ou especialista, e que demonstraram serem os melhores quando passaram num concurso público.
“Gostaria de esclarecer que funcionário público com 20 anos de profissão se necessitar deixar o cargo ou trocar de profissão, sai sem direito a nada, pois em lugar de FGTS temos licença prêmio, e que existem críticas que são simplesmente por desconhecerem o setor público e o direito administrativo”, finaliza.