Garantidos no Mundial da Espanha, no ano que vem, México, República Dominicana, Porto Rico e Argentina começam nesta terça-feira um campeonato à parte: desta vez, em busca do título da Copa América de basquete. Mas nem todos tiveram vida tranquila até aqui. Pelo contrário.
Com exceção dos porto-riquenhos, que venceram todos seus jogos na primeira fase e se deram ao luxo de administrar a classificação, mexicanos, argentinos e dominicanos correram sérios riscos de serem eliminados até o fim e só carimbaram seus passaportes na última rodada. Passada a pressão pelo objetivo principal, as quatro melhores seleções da competição se enfrentam por uma vaga na decisão de quarta-feira. Na primeira semifinal, o México pega a Argentina, às 18h30m (horário de Brasília), enquanto Porto Rico e República Dominicana se enfrentam, às 21h, no clássico que encerra a rodada, com transmissão do SporTV 3.
Donos da melhor campanha nas duas fases preliminares somadas, com cinco vitórias e duas derrotas, o surpreendente México se classificou após a vitória dos argentinos sobre os canadenses, sem sequer entrar em quadra. Fora do Mundial desde 1974, na edição de Porto Rico, a seleção mostrou um time disciplinado e muito pesado dentro do garrafão. Liderados por Gustavo Ayon, os mexicanos chegaram a comemorar a vaga antes da hora por um erro de cálculo da Fiba, mas garantiram a classificação com vitórias importantes sobre República Dominicana, Venezuela e Porto Rico.
– Estamos muito felizes como terminamos a fase de classificação. Isto é muito importante para o basquete mexicano. Para mim, é maravilhoso.
Viemos com um objetivo claro de elevar nosso jogo, principalmente porque o México não tem tanta tradição na modalidade. Acho que as vitórias sobre a República Dominicana e a Venezuela nos fizeram acreditar que era possível jogar de igual para igual contra todos – afirmou o técnico Sergio Valdeolmillos.
Dos quatro classificados, a caminhada da Argentina talvez tenha sido a mais tortuosa. Uma das favoritas à vaga e ao título antes da competição, o time de Julio Lamas mostrou muitos altos e baixos e só conseguiu a vaga com uma vitória suada e de virada sobre a jovem e promissora seleção canadense. Herói da classificação com 28 pontos e sete rebotes, Luís Scola diz que agora é hora de pensar no segundo objetivo.
– Estou muito contente e agradecido por ter alcançado nossa meta de conquistar a vaga para o Mundial. Mas agora chegou a hora de brigar pelo campeonato. Conquistar o título em quaisquer circunstâncias é muito importante, principalmente para a Argentina, que não tem 50 títulos na sua história – afirmou ao ala-pivô do Indiana Pacers.
Presente nos últimos Mundiais, a seleção de Porto Rico talvez tenha sido o time que apresentou o melhor basquete na Venezuela. Com força máxima em Caracas, ao contrário de Brasil e Argentina, que, na teoria, eram seus principais adversários antes da competição, o time comandando pelo espanhol Francisco Olmos venceu seus cinco primeiros jogos e sacramentou sua classificação com o triunfo sobre a Venezuela, por 86 a 85, na prorrogação, no melhor jogo da Copa América.
– A coisa mais importante era classificar para a Copa do Mundo. Foi um grande esforço que todos nós fizemos por Porto Rico e estamos muito felizes. Agora temos que lutar pelo segundo objetivo que nos trouxe aqui, que é a medalha de ouro da Copa América – disse Olmos.
Outro país que volta a disputar um Mundial após muito tempo é a República Dominicana. Longe da competição desde 1978, no torneio realizado nas Filipinas, os dominicanos asseguraram a vaga após uma difícil vitória sobre o já eliminado Uruguai, por 86 a 78.
– Estamos muito entusiasmados com a Copa do Mundo e felizes por termos conseguido a meta de chegar à Espanha. Estou orgulhoso porque eles todos confiaram em mim e me deram essa oportunidade, desde os jogadores até nossos dirigentes – agradeceu o técnico Orlando Antigua.