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Faccão comanda ‘mercado da morte’ dentro de presídio em MT

Fonte: Da Redação com Assessoria
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Duas mortes ocorridas dentro do Centro Ressocialização de Cuiabá (CRC) e um latrocínio na cidade de Várzea Grande foram cometidos por ordem do alto escalão da facção do Comando Vermelho Mato Grosso (CV-MT), após analisados e condenados numa espécie de “tribunal do crime”.

Líderes, membros e colaboradores da organização criminosa foram alvos da operação “Grená”, deflagrada pela Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, na quarta-feira (30.04), que culminou no cumprimento de 35 mandados de prisão preventiva (27 internos e 8 soltos) e 12 buscas e apreensão. Para operação, a Vara do Crime Organizado decretou 55 ordens judiciais (43 prisões e 12 buscas).

Os criminosos são investigados em diversos crimes como o tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídios, latrocínio e formação de quadrilha, cometidos de dentro do presídio com apoio de membros do lado de fora.

Os homicídios de Rafael Ramos de Oliveira, conhecido por “Rafinha”, ocorrido no dia 9 de setembro de 2013, no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), e de Alesson Alex de Souza, no dia 30 de setembro de 2013, também no CRC, aconteceram em decorrência de sentença imposta pelos membros do “Conselho Final”. A morte de Rafinha teve a participação de outro membro do CV-MT, considerado “braço direito” da facção.

A primeira vítima, “Rafinha”, teria sido morta por ter aplicado golpe em uma pessoa identificada por “Geninho”, que é amigo de Miro Ancanjelo Gonçalves de Jesus, conhecido por “Miro Louco” ou “Gentil”, membro do alto escalão do CV-MT. O individuo “Geninho” queria comprar meio quilo de entorpecente. Uma segunda pessoa fez a ponte entre “Geninho” e “Rafinha”, que informou que uma mulher iria buscar o dinheiro, no valor de R$ 3,3 mil, e logo em seguida um homem lhe entregaria a droga. No entanto, “Geninho” ficou sem o dinheiro e sem a droga, descobrindo que teria sido enganado por “Rafinha”, que com o passar dos dias teria organizado uma festa dentro da unidade, ostentando dinheiro e chamando a atenção de outros detentos. Para não ficar no prejuízo, “Geninho” entrou em contato com o amigo “Miro Louco”, membro staff do CV-MT, contando toda a história em busca de solução para o caso.

Em sua defesa, “Rafinha” negou a “Miro Louco” ter aplicado golpe em “Geninho”. Diante da negativa, “Miro Louco” entrou em contato com a cúpula do CV-MT, que decidiram realizar conferência para ouvir as partes, analisar e emitir o parecer final, pelos membros do “tribunal do crime”.

A morte do reeducando ocorreu para dar exemplo aos demais internos e com isso a facção estaria aplicando as sanções do Estatuto. Após ter reduzida a capacidade de reação, “Rafinha” foi obrigado a ingerir um líquido misturado com substância entorpecente, que eles denominam de “Gatorade”, capaz de provocar uma overdose.

Os membros do “Conselho Final”, juntamente com seus auxiliares, funcionam como mandantes e os autores intelectuais do homicídio. São eles: Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, Renato Sigarini, o “Vermelhão”, Renildo Silva Rios, o “Nego”, Miro Arcangelo Gonçalves de Jesus, o “Miro Louco” e os braços direito: Reginaldo Miranda, o “Bongo”, Geninho de Tal, os quais determinaram a execução da sentença de morte da vítima Rafael Ramos de Oliveira, devidamente cumprida por Joarez ou Juarez, conhecido por “Didá” e Meikson Campos de Oliveira, conhecido por “Zé”, ambos presos no Centro de Ressocialização de Cuiabá.

Igualmente julgado e sentenciado a morte, de Alesson Alex de Souza, a segunda vítima de homicídio da facção, morreu no dia 30 de setembro de 2013, dentro de uma cela no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), após ingerir a substância líquida chamada de “Gatorade”. Ele cometeu um dos delitos imperdoáveis pela facção, à infidelidade entre “irmãos”, o que eles chamam de “pé de pano”.

O interno do CRC usou a mulher de um detento da PCE como “mula”, para buscar e levar entorpecentes para ele dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), aproveitando-se do fato do irmão dela estar preso na mesma unidade. Alesson também teria mantido relação sexual com mulher, segundo relatos de reeducandos da unidade, sendo a traição do detento inaceitável no convívio carcerário.

A sentença de morte de Alesson Alex de Souza foi ordenada pelos membros do Conselho Final Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, Renildo Silva Rios, o “Nego” e Miro Arcangelo Gonçalves de Jesus, o “Miro Louco”, com apoio dos auxiliares: Toleacil Natalino da Costa, o “Túlio”, Paulo César da Silva, o “Petróleo”; Meikson Campos de Oliveira, o “Zé”; Isaias Pereira Duarte, o “Carverninha”; Adriano Carlos da Silva, o “Fusca” e um tal de “Diamantino”, devidamente cumprida pelos executores conhecidos por “Jean” e “Dedéu”, com o auxílio de outro detento, que forneceu 30 gramas de entorpecente para a elaboração do “Gatorade”.

A terceira morte ocorreu fora dos muros das penitenciárias da Capital, no dia 23 de novembro de 2013, quando o vigilante Aziz Sebastião Pedroso, que trabalhava no supermercado “Moriá”, no bairro Jardim Itororó, em Várzea Grande, foi assassinado friamente durante assalto no mercado, cometido por Wellington Borges Conceição da Silva, o “Pixuca”, membro do CV-MT, juntamente com outro comparsa de codinome “Alemão”, com o objetivo de subtrair a pistola da vítima para roubos em casas lotéricas.

Quatro dias após o roubo seguido de morte, Wellington Borges Conceição,o “Pixuca”, conversa com o líder do Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT), Sandro da Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, e informa que está envolvido no crime de latrocínio. Como havia informações de que o vigilante era policial militar, “Sandro Louco” aprova o assassinato.

Os crimes são investigados pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), que cumpriu mandados de prisão pelos assassinatos contra os envolvidos nos homicídios.

 

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