Diferente dos outros residenciais, onde os movimentos foram perdendo força, as famílias que invadiram o residencial André Maggi, há cerca de 40 dias, não acreditam que militares façam a reintegração de posse do local. Em entrevista ao Site AGORA MT, lideranças falaram sobre vendas irregulares de casas e a possibilidade de receberem os ‘verdadeiros’ donos.
De acordo com um dos líderes do André Maggi, Márcio Ferreira, as pessoas que forem flagradas comercializando moradias serão punidas. Em uma gravação de celular entre um possível comprador e um intermediador, apresentada pelos próprios moradores, o preço de uma residência chegou a ser cogitado por cerca de R$ 5 mil, mas devido à instabilidade nas negociações o valor caiu para R$ 3 mil.
“É triste que isso chega a acontecer aqui, mas nós já sabemos quem é e vamos convidar essa pessoa a se retirar. Essas casas são para quem precisa”, lamentou.
LEIA – Manifesto para impedir corte de luz acaba em confusão no André Maggi
Os invasores ainda têm esperanças que as negociações possam ser reatadas, mas criticaram os representantes da Caixa Econômica Federal (CEF). Eles estão dispostos a dialogar com os ‘verdadeiros’ donos das casas que já pagaram boa parte por elas e talvez assentar parte destas pessoas.
“Estamos aqui devido à demora no processo de seleção da Secretaria de Habitação, mas podemos reavaliar e ver quem realmente dessas famílias que pagaram pelas casas precisam e quem sabe aceitar a vinda de alguns deles”, frisou Márcio.
Praticamente todas as casas já estão mobiliadas e algumas já receberam até piso. Além da água que já é encanada, de forma irregular os manifestantes já estão instalando energia elétrica nas residências.
“Volto a falar, não queremos nada de graça, queremos pagar pela casa, pela água e pela energia. Eu acredito que vamos resolver sem intervenção militar”, finaliza outra líder, Márcia Maycá.