Agora MT Esportes Massa relembra suas corridas mais marcantes
FORMULA 1

Massa relembra suas corridas mais marcantes

Fonte: Da Redação com Globoesporte

No próximo domingo, em Silverstone, Felipe Massa completa uma marca histórica. Ele se tornará o 15º piloto a alcançar a barreira de 200 GPs na Fórmula 1. Uma história que começou no já distante 3 de março de 2002, na Austrália, pela modesta Sauber. E que ao longo de 12 anos teve capítulos felizes, amargos, belos e sofridos. Ao todo, foram 11 vitórias – que o colocaram como o quarto brasileiro com mais triunfos na F-1, empatado com Rubens Barrichello e atrás apenas do intocável trio Senna/Piquet/Fittipaldi. No currículo, ele soma também 16 poles, 15 melhores voltas e 36 pódios. Nesse meio tempo, ele não participou apenas de dois GPs:

EUA/2005, onde apenas seis carros largaram, e Hungria/2009, em razão do grave acidente na classificação. A pedido do GloboEsporte.com, o brasileiro, hoje na Williams, relembrou suas corridas mais marcantes, tanto para o bem, quanto para o mal. Relembre no texto a seguir e reveja nos vídeos.

2006 – GP DA TURQUIA

O dia 27 de agosto de 2006 tem um lugar especial no coração de Felipe Massa. Foi naquela manhã da Turquia que ele entrou para o hall dos vencedores da F-1. E como a “primeira vez a gente nunca esquece”, foi esta a menção inicial do paulista. “Uma corrida incrível, largando na pole e uma dura batalha contra o Schumacher e o Alonso”, lembra.

Em sua primeira temporada pela Ferrari após a passagem pela Sauber, Massa desbancou Schumi (Ferrari) e Alonso (Renault) no treino classificatório para anotar a primeira de suas 16 poles da carreira. Na corrida, resistiu à pressão do espanhol para ouvir o hino nacional pela primeira vez no alto do pódio.

2006 – GP DO BRASIL

Mas para Felipe, a corrida mais especial de sua vida aconteceu no fim daquele ano, em Interlagos. Mesmo recém-chegado, Massa conseguiu uma rara concessão da escuderia de Maranello: trocou o vermelho do macacão pelo verde e amarelo E com as cores da bandeira do Brasil, conquistou uma vitória inesquecível diante de sua torcida: “Um sonho que sempre tive”, relembrou.

2007 – GP DA TURQUIA

No ano seguinte, mais uma bela vitória no circuito turco de Istambul. Na classificação, uma pole apertada sobre Lewis Hamilton (McLaren) e na corrida, um triunfo, comandando a dobradinha da Ferrari, à frente de Raikkonen.

2008 – GP DO BAHREIN

Outro circuito que Massa venceu duas vezes foi o de Sakhir, no Bahrein, uma em 2007 e outra em 2008. O brasileiro escolheu seu desempenho no segundo triunfo como mais marcante. Uma “corrida linda”, em sua visão. Na prova, ele largou atrás de Robert Kubica (BMW Sauber), mas deixou o polonês para trás para alcançar sua sexta vitória na carreira.

2008 – GP DE CINGAPURA

Mas nem tudo são flores. Massa lembrou também de um episódio triste de sua carreira: o GP de Cingapura de 2008, que ele classificou como “uma das duas piores de sua vida”. Naquele ano, ele disputava o campeonato ponto a ponto com Hamilton (McLaren). Era a 15ª de 18 etapas e a diferença entre os dois na tabela era de apenas 1 ponto. Massa liderava a prova e, caso vencesse, reassumiria a ponta. Mas na volta 13, a batida de Nelsinho Piquet no muro mudou a história da corrida e do campeonato. Com a entrada do Safety Car, Massa antecipou sua parada nos boxes e acabou sendo liberado do pit antes dos mecânicos conseguirem retirar a mangueira de combustível. Alonso venceu a prova, Hamilton chegou em terceiro e Massa não pontuou. No fim do ano, os pontos perdidos fizeram falta e o britânico levou a taça pela diferença mínima.

Mas a derrota ficou ainda mais doída no ano seguinte quando o escândalo do “Cingapuragate” estourou. Nelsinho confessor ter batido propositalmente após ter sido coagido por Flávio Briatore para beneficiar seu ex-parceiro de Renault, Alonso. Para Felipe, como o resultado da corrida foi manipulado, ela deveria ter sido anulada: “Foi um roubo o que fizeram!”, desabafou.

2008 – GP DO BRASIL

No fim daquele ano, Felipe Massa ainda teve o privilégio de vencer pela segunda vez diante da torcida brasileira, repetindo os compatriotas Senna, Piquet e Fittipaldi. No entanto, a vitória, dessa vez, teve um sabor agridoce. Estava em jogo o título da temporada. O sonhado título que todos os pilotos alimentam desde a infância. Massa precisava vencer e torcer para Hamilton (McLaren) não chegar entre os cinco primeiros. O título estava encaminhado para o britânico, mas nas voltas finais, o jogo virou para o brasileiro. Massa liderava e Hamilton era o sexto. Felipe recebeu a bandeira quadriculada para uma explosão de alegria das arquibancadas. Foi campeão por 30 segundos. Mas quis o destino que a chuva apertasse nos instantes finais e Hamilton, na última curva, pôde deixar para trás Timo Glock (Toyota), que se arrastava com pneus slick, na mais cinematográfica decisão da história da Fórmula 1. No pódio, Massa absorveu a vitória com sabor de derrota. Bateu no peito, agradeceu o apoio da torcida e força para lidar com a frustração da perda do sonho de criança.

2010 – GP DA ALEMANHA

O triunfo de Interlagos é, até o momento, o último da carreira de Massa. Mas não por sua culpa. Dali em diante, diversos fatores tumultuaram seu caminho na F-1. O primeiro deles foi no dia 25 de julho de 2009, nos treinos classificatórios para o GP da Hungria, quando foi atingido no capacete por uma mola que se soltou no carro de Rubens Barrichello. Felipe ficou fora do restante da temporada, em um longo período de recuperação. Voltou em 2010, já com um pódio na abertura do campeonato, no Bahrein, para mostrar que não tinha esquecido como se pilotava. E no dia 25 de julho de 2010, exato um ano após o acidente, os deuses da velocidade, os mesmos que em 2008 lhe negaram o título, resolveram lhe brindar com um triunfo no GP da Alemanha, o triunfo da redenção.

Mas parece que a história de superação não sensibilizou a cúpula da Ferrari em Hockenheim. Massa liderava a prova e caminhava para a vitória até ouvir a temível frase “Fernando is faster than you” (Fernando está mais rápido do que você) – um código para ceder a primeira posição para o companheiro Alonso. Incrédulo, Massa permaneceu em silêncio. Relutou, mas seguiu a ordem da equipe. Um golpe talvez mais forte que a mola em seu capacete. Que abalou sua confiança nos anos seguintes. Ali, o brasileiro viu que tinha perdido terreno na equipe para um companheiro forte, implacável e em plena forma. Confiança essa que tem recuperado nesta nova fase na Williams.

Relacionadas

Especiais

Últimas

Editoriais

Siga-nos

Mais Lidas