Nove meses depois de ser bastante vaiado pela torcida carioca, quando disputou pelo Washington Wizards uma partida de pré-temporada da NBA contra o Chicago Bulls, na Arena da Barra, Nenê volta ao Rio de Janeiro com o objetivo de conquistar o público.
Na ocasião, o pivô foi alvo apupos por não ter defendido a seleção brasileira na vexatória campanha na Copa América, em setembro. O jogador de 31 anos havia recusado a convocação alegando que precisava de repouso para se recuperar de lesões no pé esquerdo e no joelho direito, ambas comprovadas por laudo médico. O tempo passou, e Nenê, que não esconde a sua birra pelas vaias recebidas, vai reencontrar os torcedores do Rio justamente vestindo a camisa da seleção brasileira. Será no Super Desafio de Basquete, entre Brasil, Argentina e Angola, desta quinta-feira a sábado, no ginásio do Maracanãzinho. O evento serve de preparação para a Copa do Mundo, entre 30 de agosto e 14 de setembro, na Espanha.
– Aquilo (as vaias) não me move mais. Eu já passei a experiência e sei que tenho o suporte das pessoas que apreciam o basquete brasileiro de verdade. Sou um cara que está lá fora há muitos anos representando o Brasil. Tem coisas que não posso administrar, depende da educação das pessoas. Mas eu espero fazer o máximo possível para agradar ao público. Eu espero render o máximo para agradar ao povo – afirmou Nenê, em São Paulo, após o último treinamento antes da viagem para o Rio.
O Rio de Janeiro não traz somente a lembrança ruim do ano passado para o paulista de São Carlos. Foi na Cidade Maravilhosa que Nenê despontou no cenário do basquete. Com apenas 19 anos, o gigante de 2,11m foi um dos destaques do Vasco da Gama na conquista do título nacional de 2001. A bela atuação despertou o interesse de olheiros da NBA. E, na temporada seguinte, o brasileiro já assinava contrato com o Denver Nuggets, iniciando uma trajetória de sucesso que já dura 12 anos na liga profissional norte-americana.
– Eu estou muito feliz por voltar para o Rio de Janeiro, uma cidade onde eu passei bastante tempo jogando. Que época boa eu vivi no Rio. Eu sinto falta daquela época. Foi um tempo bom. Vai ser gostoso rever alguns velhos amigos. E também vai ter a presença do povo, do fã brasileiro do basquete.
Nenê espera que a seleção brasileira use os jogos contra Argentina e Angola para fazer alguns ajustes no time após quase duas semanas de treinamentos em São Paulo.
– Amistoso é preparação, é para ajustarmos o time e impormos o sistema que o professor (Rubén) Magnano está nos passando nos treinos. Esses dois jogos vão ser importantes para a preparação para o Mundial.
O pivô não promete vitórias nos dois duelos que acontecerão no Rio, mas assegura que não vai faltar empenho para o selecionado brasileiro.
– Nós temos talento, maturidade e experiência. Somos um grupo muito bom e queremos fazer sempre o melhor em quadra. Usar essa camisa é sempre diferente, uma responsabilidade a mais. O nosso foco é sempre melhorar. Nós vamos para ganhar e para nos preparar para o Mundial – finalizou Nenê.