A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) completa 18 dias nesta sexta-feira (24), e deve continuar por tempo indeterminado em Rondonópolis – MT. A principal reivindicação e preocupação dos trabalhadores é a falta de efetivo para desenvolver o trabalho.
Na agência da cidade, existem setores que não conseguem desenvolver 100% do trabalho, por falta de funcionários. Atualmente, a agência possui apenas um perito para atender todas as cidades da região Sul do estado de Mato Grosso – MT. “Existe uma fila virtual esperando por atendimento com mais de 3 mil pessoas. Um trabalho que deve ser desenvolvido por apenas um perito” explica o vereador Reginaldo Santos (PPS), que acompanha o caso.
Ainda conforme os funcionários do INSS, existem servidores que devem desenvolver o atendimento de oito pessoas, e acabam atendendo 30 no dia. “Muitas vezes chegamos a atender 400 pessoas por dia, com apenas 11 servidores divididos em dois turnos” desabafa o gerente geral do INSS em Rondonópolis, Emerson Martins Neves.
Em abril deste ano o senador José Medeiros (PPS-MT), juntamente com o vereador Reginaldo, estiveram reunidos em audiência com a presidente do INSS, em Brasília. Na oportunidade, foi entregue uma cópia da pauta de reivindicação dos funcionários de Rondonópolis, para a presidente que garantiu a reforma da atual agência social, a construção de uma nova sede, além, de materiais para o prédio.
Na manhã de hoje (24), Medeiros e Reginaldo reuniram com alguns servidores para conferir se os serviços solicitados em Brasília foram atendidos. De acordo com Emerson Martins, até o momento, apenas algumas cadeiras direcionadas aos segurados foram entregues à agência. “Nós solicitamos cadeiras para os servidores, e até agora nada” pontua Emerson.
De acordo com Medeiros, na reunião em Brasília, a presidente do INSS alegou que o número de funcionários da agência em Rondonópolis é o suficiente para atender a demanda, o que contradiz com a realidade enfrentada pelos servidores.
“No setor de reabilitação não tem como funcionar o trabalho sem perícia. Nós nunca tivemos administração. Nos dividimos, para conseguir desenvolver o trabalho. No momento nossa maior preocupação é que não estamos conseguindo atender a demanda” explica uma das funcionárias.
Outro ponto ressaltado na reunião é em relação às pessoas seguradas, que muitas vezes vem de outras cidades e precisam dormir nas rodoviárias, na tentativa de conseguir atendimento.
Diante da situação, o senador afirma que irá receber um relatório oficial com a verdadeira realidade dos funcionários para solicitar junto ao senado e a comissão de direitos humanos uma resposta para solucionar o problema.
“É impossível manter um atendimento de qualidade, enquanto cresce a população e o número de servidores não é reposto” pontua Medeiros.
A categoria reivindica aumento salarial, reajuste médio de 27,9%, e diminuição de carga horária de 40 para 30 horas semanais.