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Fora da final, Érika Miranda leva bronze no mundial

Da redação com globoesporte
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Foto: reprodução

Um descuido de Érika Miranda na semifinal do Mundial de Astana, quando faltavam três segundos para ela assegurar a vaga na final do peso-meio-leve (52kg), tirou da brasileira a chance de lutar nesta terça-feira pela medalha de ouro, no Cazaquistão. Érika vencia nada menos do que a japonesa Masato Nakamura, que acabou conquistando o tricampeonato mundial. Mas a campeã do Pan de Toronto descuidou da pegada no quimono da oponente, acabou sofrendo um golpe básico de perna que a fez cair no tatame e sofreu um wazari, dando adeus às chances de conquistar o seu primeiro título mundial. Aguerrida, a atleta de 28 anos teve cerca de 30 minutos para se recompor e voltar a lutar para conquistar em cima da italiana Odette Giuffrida o bronze, a primeira medalha do Brasil neste Mundial e a terceira seguida de Miranda em mundiais – ela agora soma uma prata (2013) e dois bronzes (2014 e 2015).

Até chegar na semifinal, a brasiliense estava voando no tatame. Érika obteve três triunfos contundentes por ippon nas preliminares. O primeiro sobre a a armênia Zhanna Stankevich, com dois wazaris, e os outros dois por estrangulamento, forçando as oponentes a desistirem, sobre a a cazaque Lenariya Mingazova e Darya Skrypnik, de Belarus. Após o revés na semi, a brasiliense não escondeu o inconformismo por ter que disputar o bronze.

Ela entrou meio apática na luta contra a italiana Giuffrida, mas acordou após receber uma bronca da técnica Rosicleia Campos. Mais vibrante, Érika fez a adversária sofrer o shido (punição) que lhe rendeu a vitória. Estiveram ao lado do pódio com a brasileira, além da sua algoz japonesa, a romena Andreea Chitu (prata) e Darya Skrypnik, de Belarus, que ficou com a outra medalha de bronze do peso-meio-leve.

– Na luta pela medalha de bronze, é muito difícil você sair de uma derrota para buscar outra vitória. E você enfrenta uma atleta que vem de vitória (na repescagem). Eu reclamei da arbitragem e a Rosicleia deu um berro tão grande perguntando se eu ia arbitrar ou ia lutar. Aquilo me deu um sacode e eu consegui vencer – comentou Érika Miranda.

Outra esperança de medalha do judô brasileiro neste Mundial ficou bem longe de corresponder às expectativas neste segundo dia de competição, em Astana. Campeão do Pan de Toronto, no mês passado, o meio-leve (66kg) Charles Chibana não passou sequer da primeira rodada. O paulista foi imobilizado pelo chinês Duanbin Ma e deixou o tatame extremamente decepcionado. Na categoria, o sul-coreano Ba An acabou conquistando nesta terça-feira o título mundial, deixando o russo Mikhail Pulyaev com a prata. O israelense Golan Pollack e o uzbeque Rishod Sobirov ganharam as medalhas de bronze.

Realizado até domingo, dia 30, o Mundial de Astana tem transmissão ao vivo pelo SporTV, com as eliminatórias começando às 2h30 e as finais às 8h (de Brasília). Os assinantes do Canal Campeão também poderão acompanhar tudo pelo SporTV Play. O GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real as finais com brasileiros na disputa por medalhas. Nesta quarta-feira, terceiro dia de ação em Astana, o judô brasileiro terá boas chances de brigar por medalha no peso-leve feminino (57kg), com Rafaela Silva, que foi campeã mundial em 2013 e buscará o bi. Com menos chances, também estará em ação pela seleção brasileira o peso-leve masculino (73kg) Marcelo Contini.

O CAMINHO DE ÉRIKA

Campeã nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, e atual número 4 do mundo na categoria até 52kg, se deu ao luxo de estrear já na segunda rodada por ser cabeça de chave. Bastariam então três vitórias para ela avançar às semifinais. E a brasiliense atingiu tal trinca em grande estilo.
Na estreia, Érika enfrentou a armênia Zhanna Stankevich, que derrotara a israelense Roni Schwartz. A experiente judoca de 28 anos não teve problemas para avançar às oitavas de final. Depois de a oponente tomar uma advertência por falso ataque e de outro shido para cada lado por falta de combatividade, a brasileira obteve dois wazaris em sequência, que somados significaram um triunfo por ippon.

Érika também liquidou com tranquilidade o combate seguinte, mesmo encarando uma judoca da casa, a cazaque Lenariya Mingazova. Passada a metade do duelo, a brasileira bloqueou bem uma entrada da adversária e contra-atacou com um estrangulamento, pesando o corpo contra as costas da oponente. O movimento lhe rendeu o ippon.
Darya Skrypnik era a última pedra no caminho de Érika na fase preliminar. A atleta de Belarus, 35ª do ranking, chegou motivada às quartas de final pelo triunfo na rodada anterior sobre a francesa Annabelle Euranie, atual número 8 do mundo e prata no Mundial de Osaka, em 2003. Bastante concentrada e abusando da sua ótima técnica de solo, a brasileira precisou de apenas 59 segundos para garantir a vitória, mais uma vez apostando no estrangulamento.

A semifinal era contra a fera japonesa Misato Nakamura, bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e bicampeã mundial (2009 e 2011). Érika Miranda tomou um shido logo no começo da luta por não estar pegando o quimono da oriental como deveria. Porém, na sequência, a brasileira foi bastante agressiva e quase conseguiu encaixar um estrangulamento. A campeã do Pan teve mais volume de luta e fez com que Nakamura também fosse punida, empatando o combate quando faltava 1min30s. A tática da brasiliense estava dando certo. Prova disso é que a bicampeã mundial acabou recebendo mais um shido, quando faltavam 27 minutos. Érika estava na frente. Segura de si, a atleta do Minas Tênis Clube se movimentou bem e não deixou a nipônica aplicar nenhum golpe. Diante de uma rival tão boa, a brasiliense não poderia vacilar. Mas isso aconteceu. Com três segundos para o fim, Nakamura aproveitou um descuido de Miranda na pegada e aplicou uma técnica de perna básica chamada deashbarai para derrubar Érika e conseguir um wazari. Não havia tempo para mais nada. Restava a disputa da medalha de bronze para a brasileira.

Na disputa do bronze, Érika teve pela frente a italiana Odette Giuffrida. Azar da europeia. Com muita vontade e querendo demonstrar que estava recomposta do deslize na semifinal, a brasileira partiu para cima e deu a impressão de que ela poderia vencer com facilidade. Mas a oponente da brasileira soube se defender bem. Érika então passou a encaixar melhor a pegada e fez com que Giuffrida fosse punida com um shido. Foi o que bastou para ela ser medalhista de bronze em Astana.

 

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