Continuando a série “Reféns do Medo” vamos falar sobre Estresse Pós Traumático, lembrando que, o objetivo do Blog Agora Terapia é divulgar a Psicoterapia Analítico Comportamental com textos breves e linguagem simplificada.
O Transtorno de Estresse Pós Traumático é associado à vivência ou exposição a eventos traumáticos, no qual, a pessoa revive o momento traumático por meio de lembranças repetidas vezes. Dessa forma, é relacionado com os efeitos ocorridos após um evento muito aversivo, que vai desencadear uma série de respostas a partir de estímulos (neutros) que foram erroneamente interpretados como perigosos, embora a pessoa não tenha consciência de como e do porquê está acontecendo tal reação.
Esse transtorno tem como característica a apresentação de um medo muito intenso, impotência, horror, tremores, respiração ofegante, que geralmente são relacionados aos estímulos presentes na hora em que aconteceu o evento traumático.
Quando a pessoa vivência um acidente seja de carro, um incêndio, um assalto ou uma violência, ela entra em estado de vigília e sua percepção se amplia de tal forma que pequenos detalhes (estímulos neutros) despercebidos são agrupados como algo aversivo e passam a ser percebidos como ameaça a vida (estímulos condicionados).
Exemplo: Acidente de carro com morte. Após o acidente a pessoa sai do carro e vê: sangue, a estrada, o carro, o trânsito, sirene da ambulância os policiais, socorristas, depois vai para o hospital, olha pela janela o percurso, vê pessoas de branco, o cheiro do hospital, o soro colocado no braço, os exames e a cama de hospital. Após algum tempo, mesmo que já tenha passado meses, a pessoa começa apresentar queixa de medo muito intenso e demais sintomas já descritos. Embora não saiba como, ela pode estar sob controle de estímulos que vão desencadear todo o mal estar e que foram funcionalmente selecionados após o evento traumático.
A pessoa vê alguém de branco, faz um exame de sangue, ouve a sirene de uma ambulância, ou seja, qualquer estímulo presente durante o evento traumático; mas a pessoa não identifica qual é o estímulo, apenas começa a passar mal e relembrar repetidas vezes do evento, sem explicação alguma. Fato que pode lhe causar grande sofrimento e incompreensão, por não saber qual a causa desse mal estar.
Pesquisadores afirmam que pessoas que melhoram do Estresse Pós Traumático são as que, além de verbalizar emoções intensas, também mostraram uma mudança marcada na interpretação do evento da primeira sessão até a última. Uma evolução na qualidade das resenhas era claramente relacionada com o efeito sobre a saúde. (Pennebaker, 1997)