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Fecundação com DNA de 3 progenitores é autorizado no Reino Unido

Da redação com G1
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O Reino Unido foi o primeiro país a permitir e regular a fertilização in vitro com o DNA de três pessoas para prevenir doenças hereditárias graves. O Parlamento britânico já tinha autorizado a técnica em 2015. Agora, a Autoridade de Fertilização e Embriologia (HFEA) também deu sua permissão, retirando o último obstáculo para a realização do método.
A decisão foi apontada como “pioneira no mundo” e um momento “histórico” nas palavras da presidente da agência, Sally Cheshire.

Imagem: Clínicas do Reino Unido poderão fazer fertilização in vitro com técnica de três pai
Foto: TV Globo

Essa técnica — chamada de transferência mitocondrial ou fertilização in vitro com “três progenitores” ou “três pais” — é usada para prevenir as chamadas doenças mitocondriais, provocadas por defeitos genéticos transmitidos pela mãe. Ela consiste em utilizar o espermatozoide do pai, o óvulo da mãe e a mitocôndria de uma doadora. Por isso a criança é concebida com o DNA de três pessoas.
Entre as doenças que podem ser provocadas pelo DNA mitocondrial defeituoso da mãe estão problemas cardíacos, deficiência hepática, cegueira e distrofia muscular. A mitocôndria age como uma pequena unidade de produção de energia dentro das células, e cerca de 1 em cada 6 mil bebês em todo o mundo nascem com sérios distúrbios mitocondriais.
Técnica já foi usada de forma experimental

O órgão regulador britânico permitirá, a partir de agora, que as clínicas do país solicitem permissão para aplicar a técnica. Apesar de o Reino Unido ser o primeiro país a dar permissão explícita para o uso da técnica, bebês com “três pais” já foram concebidos em projetos de pesquisa ou em país sem regulação sobre o assunto.
Cientistas nos Estados Unidos já fizeram com sucesso experimentos de fertilização combinando material genético de três pessoas, mas com uma técnica diferente: a transferência de citoplasma.
Em 2001, pesquisadores de Nova Jersey, no leste dos EUA, pegaram o tecido do citoplasma do óvulo de uma mulher fértil e implantaram-no no óvulo de uma mulher estéril, em seguida fecundado com o esperma do pai. Quase 20 crianças foram concebidas dessa forma nos Estados Unidos.
Esse procedimento trouxe muitas perguntas e levou a FDA a pedir aos cientistas que abandonassem seu uso em seres humanos sem uma permissão especial.

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