O presidente Donald Trump surpreendeu os americanos na última terça-feira (9) ao anunciar a demissão do chefe do FBI, James Comey.
Em uma nota, a Casa Branca diz que Comey foi afastado do cargo pela forma como lidou com o inquérito conduzido sobre e-mails de Hillary Clinton enviados por uma conta particular durante sua gestão como secretária de Estado americana.
Segundo jornais americanos, Comey, de 56 anos, que estava havia três anos e meio no cargo – em um mandato de 10 anos -, estava conversando com agentes do FBI em Los Angeles quando recebeu a notícia de sua demissão – e deu risada, por achar que fosse um trote.
A notícia também causou surpresa no Congresso, mesmo entre Republicanos, e no próprio FBI.
As justificativas para a demissão, no entanto, causaram desconfiança, em particular na oposição democrata. Muitos suspeitam de que ela poderia estaria ligada a uma investigação – em andamento – do FBI sobre possíveis ligações entre a campanha eleitoral de Trump e a Rússia.
O momento e a forma repentina da demissão de Comey são altamente suspeitos, para dizer o mínimo.
Apenas uma semana atrás, o chefe do FBI falou perante uma comissão do Senado sobre a investigação a respeito da suposta interferência russa na eleição americana – e sobre possíveis laços do país com a campanha de Trump.
Nesta quinta-feira, estava previsto seu comparecimento no Congresso para discutir “ameaças globais”.
Trump tem repetido diversas vezes em sua conta no Twitter que as alegações sobre a Rússia seriam “falsas” e que as investigações seriam uma “piada bancada pelo dinheiro dos contribuintes”.
E agora, o homem que comandava a investigação é mandado embora – pelo próprio Donald Trump.