O AGORA MT recebeu a denúncia e foi até o local onde uma área apontada como Ecoponto no bairro da Sagrada Família vem se tornando um lixão, com recebimento de todo o tipo de resíduos. A falta de limpeza regular tem prejudicado a saúde dos moradores e de quem se sustenta da coleta de lixo, devido ao volume acumulado e pela fumaça que sobe quando ateiam fogo.
Segundo a denúncia, a área vem recebendo um acúmulo de entulho da qual o município não tem conseguido diminuir em suas coletas, além de que a população coloca fogo no lixo a fim de minimizar a quantidade de resíduos, mas o que piora é a saúde dos moradores com a fumaça.
A informação é que não estão tratando o Ecoponto como um local público para se desfazer de materiais recicláveis, pois no local são encontrados: pneus, sofás, animais mortos, entulhos de construções, fios, plásticos e mangueiras.
Um morador chegou a chamar o local de zona. “Essa situação é insustentável, a fumaça sobe aqui, quase mata a gente, o poder público vem aqui com um caminhãozinho enche a caçamba duas vezes e vai embora, nunca finaliza, nós somos esquecidos, isso está pior que zona”, ressalta o morador Ronaldo Araújo.
Outro que não se identificou disse que a Prefeitura os esqueceram. “Impossível que a Prefeitura não está vendo esse lixo todo aqui, eles precisam vir aqui e levar o lixo embora, eu também vivo de catar lixo, mas isso aqui já é uma vergonha”, diz.
Nota Prefeitura
Atender melhor a comunidade com mais espaço, capacidade, e coibir os focos de incêndio nos eco pontos. Esses são alguns dos objetivos pelo quais a Prefeitura mobilizou as Secretárias de Municipais de Meio Ambiente; Coder ( Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis) e o Sanear ( Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis), além da Diretoria do Banco da Gente. A determinação do prefeito Zé Carlos do Pátio é para que seja elaborado um projeto piloto capaz de resolver a demanda e melhorar a realidade dos eco pontos na cidade – já que os atuais – herdados da administração anterior – atendem a comunidade de forma aquém do necessário.
A Coder responsável por sua limpeza tem mantido equipes específicas para retirar os descartes, porém a comunidade – em desrespeito à lei – tem ateado fogo nos eco pontos causando poluição ambiental e doenças respiratórias para si mesma. Isso é prejuízo social, que somados aos gastos para se manter esses locais em funcionamento, tem onerado os cofres públicos. De acordo com relatório da Coder, de janeiro a junho, foram gastos mais de 350 mil reais. Esses recursos foram gastos com, por exemplo, o pagamento dos caminhões e pá carregadeiras. Veículos necessários para a remoção dos entulhos, galhos de árvores, móveis danificados etc. – descartes feitos pela população.
A intenção dos gestores é a de criar novos eco pontos, estruturar melhor os existentes e fechar esses espaços mantendo um guarda no local e uma pessoa responsável pela seleção do que pode ou não ser descartado em cada lugar e responsável pela organização da forma de se fazer o descarte e de se armazená-lo – após a reciclagem. ” Desde quando assumimos, temos enfrentado um desafio para administrarmos os eco pontos, por isso, queremos implantar uma gestão moderna e eficiente nesses espaços. E que sejam auto suficiente cuja contribuição será dada pelos que deles se utilizam”, declarou o Diretor Presidente da Coder, José Severino da Silva Neto, o Nino.
O Diretor Presidente do Banco da Gente, Pedro Augusto, declarou que o Projeto piloto deve ser eficiente a tal ponto de atender a alta demanda da cidade. ” Os eco pontos atuais não têm funcionalidade e autonomia suficientes. E, isso gera custo para administração. Então, estamos planejando um novo modelo que seja auto sustentável”, disse.
Nesse primeiro momento, o Banco da gente seria o gestor desse novo modelo, mas, posteriormente, seria repassada ou para Associação dos Catadores ou para Associação dos Jardineiros, por exemplo. Essa é uma das opções que serão discutidas com a sociedade organizada e ligada ao setor. Pedro Augusto explicou que a meta é a de repassar para a própria comunidade a responsabilidade pelo gerenciamento e cobertura dos gastos.
O Gerente do Núcleo Ambiental da Sema, Evandro Santos de Almeida, declarou que a preocupação primária tanto no aspecto social quanto utilitário do eco ponto é com o uso racional do local. “Muitas pessoas não têm noção do que pode ou não ser colocado lá. Então, estamos preparando o projeto que agracia a espacialidade o custo e a preparação dos usuários de lá. Vamos elaborar um projeto -educacional e ambiental,” declarou ao se mostrar preocupado com os incêndios ateados pela própria comunidade.
O Secretário de Meio Ambiente, João Fernando Copetti Boherer, presente à reunião, ocorrida na manhã desta terça-feira, reconheceu ser a demanda maior do que a capacidade de atendimento e disse” esse passivo ambiental acaba nos causando alguns transtornos. A ideia é a de espacializar geograficamente melhor esses locais; criar novos e estruturar os já existentes, afim de dar maior vazão e atendimento à população. Mas isso, atendendo as especificidades de cada um. E lembrando que o gerador comercial tem responsabilidades sobre resíduos gerados em ralação à pessoa física e ao pequeno gerador que é objeto principal dos eco pontos existentes e os a serem criados”, pontuou.