Para os moradores de Rondonópolis, que estavam desconfortáveis com o aumento na conta de água e energia, la vem mais um acrescimento, mas dessa vez foi no gás de cozinha, que sofreu um reajuste de 12,9%, anunciado nesta semana, pela Petrobrás. O preço já está em rigor em Rondonópolis e o valor chega a R$ 95.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), Alexandre Borjaili, o quinto aumento em pouco mais 30 dias é algo “absurdo” e só prejudica o consumidor. “Pelos preços praticados, virou um artigo de luxo. Um botijão de gás deveria ser comercializado a R$ 35 no máximo”, afirmou.
A Petrobras informou que como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Para um bom entendedor os repasses dependerão das distribuidoras e revendedores.
Em Rondonópolis, o aumento recebeu críticas de moradores. Géssica Parreira 24 anos, que utiliza três unidades por semana reclama. “Eu já paguei alto na energia, auto na conta de água e como se não bastasse, agora vamos pagar auto no gás. Tudo sobe nessa cidade, menos o salário. Lá em Pedra Preta o gás é mais barato, está compensado sair daqui e ir lá buscar, será que esses ficais não estão fazendo vista grossa?”, pontua.
Essa prática faz com que os preços dos botijões tenham variação de até 40% nas mesmas cidades. No Rio de Janeiro, por exemplo, os consumidores pagam de R$ 49,99 a R$ 85 em uma única unidade, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em outras capitais, como Salvador e Recife, o botijão pode ter diferença de até R$ 10.
REAJUSTE
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) calcula que o reajuste oscilará entre 7,8% e 15,4%, de acordo com o polo de suprimento.
De acordo com a entidade, a correção aplicada não repassa integralmente a variação de preços do mercado internacional. Diante disso, o Sindigás estima o preço do produto para botijões de até 13 quilos “ficará 6,08% abaixo da paridade de importação, o que inibe investimentos privados em infraestrutura no setor de abastecimento.”
Além de pesar no orçamento familiar, os recentes aumentos no preço do gás de cozinha fazem com que os brasileiros busquem alternativas, inclusive ilegais. Mas o que se mostra como uma saída pode ser um risco. O presidente da Asmirg alerta que algumas pessoas utilizam uma mistura perigosa de álcool e gasolina. “Isso pode causar explosões dentro de casa. Sempre se deve procurar um revendedor autorizado”, disse. (Por Tácido Rodrigues e Victor Fernandes/assessoria).