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Alcione, a ‘Marrom’, faz 70 anos como senhora cantora das cores do Brasil

Da Redação com G1
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Alcione, a Marrom, completa hoje 70 anos de vida como uma senhora cantora de todas as cores e tons. Nascida em 21 de novembro de 1947 na cidade de São Luís, capital do Maranhão, Alcione Dias Nazareth conquistou o Brasil desde que lançou o primeiro álbum, A voz do samba, em 1975. Foi transformada por Roberto Menescal, então diretor artístico da gravadora Philips, numa voz do samba para concorrer com Clara Nunes (1942 – 1983), cantora mineira que vinha em trajetória ascendente como sambista desde 1971.

A rigor, Alcione cantava até samba. Mas não era uma sambista. Nas boates cariocas onde começou a cantar profissionalmente desde que migrou para a cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 1968, Alcione dava voz a um leque aberto de ritmos e estilos musicais – MPB, bolero, música francesa, samba-canção, standards norte-americanos e até samba.

Dona de voz grave e volumosa, da tessitura dos contraltos, Alcione é, desde que apareceu em cena, uma das maiores cantoras do Brasil de todos os tempos. A Marrom é cantora de refinada musicalidade, até por também ser instrumentista, tocando eventualmente o trompete aprendido com o pai, João Carlos Dias Nazareth, professor de música e mestre da banda da Polícia Militar de São Luís do Maranhão.Imagem: e64bf4b0 8412 4500 91e3 cc23987cbd86 alcione Alcione, a 'Marrom', faz 70 anos como senhora cantora das cores do BrasilPor isso, Alcione cantou tão bem o samba, ritmo predominante na discografia, sobretudo na fase inicial da Philips, por onde lançou oito álbuns em 1975 e 1982 – discos de alto nível artístico que os diretores da Universal Music, gravadora detentora do acervo da Philips, bem poderiam repor em catálogo no formato de CD, pondo nas lojas a caixa Eu sou a Marrom, produzida pelo pesquisador musical Rodrigo Faour e lançada somente em edição digital em 2016.

Ainda nessa fase inicial da discografia, Alcione já gravou sambas românticos que sobressaíram no repertório. Esse romantismo ganharia (ainda) mais relevo na miscigenada obra fonográfica construída pela cantora entre 1982 e 1996 na extinta gravadora RCA-Victor (denominada BMG-Ariola a partir de 1987). Alcione nunca deixou de ser uma voz do samba, mas se tornou também uma das vozes mais destacadas das baladas produzidas em escala industrial por hitmakers como Michael Sullivan, Paulo Massadas, Chico Roque e Carlos Colla.

Nessa fase, Alcione lançou álbuns da cor do Brasil, como, aliás, ressaltou no título do disco de 1984. Feitos com a diversidade rítmica nacional, os álbuns dessa fase, em especial Fogo da vida (1985) e Fruto e raiz (1986), resistiram bem ao tempo. A carreira de Alcione obteve menos visibilidade na segunda metade da década de 1990, mas a cantora atravessou os anos 2000 com fôlego renovado, como uma loba pronta para abocanhar novos hits e públicos.

Aos 70 anos, com a voz ainda farta e com 25 quilos a menos na corpo para manter a saúde, Alcione já é praticamente uma entidade de música brasileira, pairando acima do bem e do mal, do bom e do mau gosto do repertório. É uma senhora cantora que já virou uma personalidade pela alegria e pelas tiradas, marca do temperamento espontâneo. Ela é a Marrom, cantora das cores e tons do Brasil.

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