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Manifestações acontecem em vários lugares após Trump reconhecer Jerusalém como capital de Israel

Da redação com G1

Manifestantes palestinos são alvo de bombas de gás lançadas pelas tropas de Israel perto de Ramallah - Foto: REUTERS/Mohamad Torokman
Manifestantes palestinos são alvo de bombas de gás lançadas pelas tropas de Israel perto de Ramallah – Foto: REUTERS/Mohamad Torokman

O Hamas, movimento islâmico com atuação política e um braço armado, convocou nesta quinta-feira (7) uma nova intifada um dia depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A intifada é o termo utilizado para fazer referência à revolta palestina contra a política de expansão do governo de Israel.

Confrontos de manifestantes contra tropas israelenses já são registrados em Ramalah (onde fica a sede da Autoridade Palestina) e Belém. Em Jerusalém há protestos.

“Devemos convocar e devemos trabalhar no lançamento de uma intifada diante do inimigo sionista”, disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em um discurso em Gaza.

Chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, em um discurso em Gaza - Foto: Mohammed Salem/Reuters
Chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, em um discurso em Gaza – Foto: Mohammed Salem/Reuters

A decisão de Trump é polêmica porque os palestinos defendem que Jerusalém Oriental seja a capital de seu futuro Estado e a comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense sobre a cidade como um todo. (Entenda).

Apesar dos diversos apelos da comunidade internacional para que o presidente dos EUA não tomasse essa decisão de reconhecer Jerusalém como capital israelense, Trump anunciou na quarta-feira (6) que pediu ao Departamento de Estado que inicie o processo de transferir para lá a embaixada americana atualmente instalada em Tel Aviv.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na quarta-feira que o reconhecimento marca “um dia histórico” e “um importante passo para a paz”. Foi uma das poucas autoridades políticas a saudar a decisão de Trump.

Temendo revoltas, porém, o governo de Israel já implementou reforços militares na Cisjordânia após o anúncio de Trump.

Palestinos queimam imagens de Donald Trump em Gaza, após anúncio de transferência de embaixada - Foto: Mohammed Salem/Reuters
Palestinos queimam imagens de Donald Trump em Gaza, após anúncio de transferência de embaixada – Foto: Mohammed Salem/Reuters

Em seu discurso, feito na Casa Branca, Trump afirmou que o anúncio marca “o começo de uma nova abordagem no conflito entre Israel e palestinos”.

O Hamas é a sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica. O grupo, que é o maior entre os islâmicos militantes palestinos, defende a criação de um único Estado palestino que ocuparia a área onde atualmente estão Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.

A agremiação surgiu após o início da primeira intifada contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, em 1987. Nesta ocasião, crianças que jogavam pedras nos tanques foram mortas por Israel, provocando a indignação da comunidade internacional.
A segunda intifada começou em 29 de setembro de 2000 e durou quatro anos. Os conflitos deixaram milhares de mortos dos dois lados do lado palestino e israelense.

Manifestantes muçulmanos queima bandeira de Israel em Peshawar, no Paquistão, após Donald Trump anunciar transferência de embaixada dos EUA para Jerusalém - Foto: Fayaz Aziz/Reuters
Manifestantes muçulmanos queima bandeira de Israel em Peshawar, no Paquistão, após Donald Trump anunciar transferência de embaixada dos EUA para Jerusalém – Foto: Fayaz Aziz/Reuters

Em 2006, o Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas, o que provocou um racha com o grupo Fatah (fundado pelo líder palestino Yasser Arafat ) dentro da Autoridade Nacional Palestina.
A divisão fez com que o Hamas passasse a controlar a Faixa de Gaza, a partir de 2007, e o Fatah ficasse com o comando da Cisjordânia (atualmente liderada por Mahmoud Abbas). Israel considera o Hamas um grupo terrorista. Eles não dialogam.

Repercussão
Oito países pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. A presidência japonesa do Conselho informou à agência France Presse que a reunião será realizada na manhã de sexta-feira (7).

António Guterres, secretário geral da ONU, afirmou que “não há alternativa à solução com dois Estados, não há plano B”, pela qual o órgão irá continuar trabalhando, segundo a Reuters.
O presidente dos EUA recebeu ampla condenação de líderes políticos muçulmanos. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, afirmou que Trump viola “todas as resoluções e acordos internacionais” com a decisão.

O Kremlin, por sua vez, disse que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel está levando a um “racha” na comunidade internacional.

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