A Polícia Judiciária Civil (PJC) indiciará cinco pessoas no inquérito que investiga a morte do prefeito de Colniza, Esvandir Antonio Mendes (PSB), 61 anos, e da tentativa de homicídio do secretário de Finanças do município, Admilson Ferreira dos Santos, 41 anos, ocorrido no dia 15 de dezembro. O inquérito policial deve ser concluído nesta terça-feira (26), com a responsabilização dos envolvidos nos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa.
Os suspeitos, Antônio Pereira Rodrigues Neto, Zenilton Xavier de Almeida e Welisson Brito Silva, foram presos em flagrante, no dia 17 de dezembro, em uma estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira. Na tarde deste domingo (24), a esposa de Antônio Rodrigues, Yana Fois Coelho Alvarenga, teve o mandado de prisão temporária cumprido e o irmão do suspeito, um menor de 15 anos, foi apreendido, por participação na ação criminosa.
Antônio Pereira é empresário do ramo de rede de combustível e táxi aéreo em Colniza. Segundo as investigações, ele reuniu dois comparsas oriundos do estado do Pará para o crime, motivado por cobrança de dívida. Apontado como o mandante, o suspeito também participou da execução do prefeito.
De acordo com o delegado Edison Pick, a médica Yana, tinha conhecimento do crime e acobertou a ação do marido. A esposa do suspeito teve o mandado de prisão cumprido no Hospital Municipal de Colniza.
O adolescente teve o mandado de internação, de 45 dias, cumprido durante buscas da Polícia Civil em um posto de combustível da família.
Em declarações, o menor confessou que auxiliou a fuga dos suspeitos, a pedido do irmão, mas negou que soubesse antes da ação criminosa. Em interrogatório, a médica permaneceu calada, reservando ser direito perante a lei. O delegado representará pelo pedido de conversão da prisão temporária da médica para preventiva.
Antônio, Zenilton, e Welisson fugiam em um veículo modelo Fiat Uno cinza, quando foram abordados a cerca de 20 km após Castanheira, por uma viatura do Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra) da Polícia Civil de Juína, que auxiliou as investigações.
Dentro do automóvel foram apreendidos R$ 60 mil (sessenta mil reais), em dinheiro. O dinheiro estava em um pacote do Banco do Brasil, sendo um montante de R$ 50 mil (cinquenta mil reais), e outros dois volumes somando R$ 10 mil (dez mil reais).
O delegado da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá, Caio Fernando Álvares de Albuquerque, que esteve na região com três investigadores, reforçando as investigações junto com o delegado de Colniza, disse que o dinheiro encontrado no veículo pertencia ao empresário. “Dois deles confessaram e Antônio permaneceu em silêncio”, disse o delegado.
De acordo com os presos, foram usadas quatro armas de fogo no crime, mas somente um revólver calibre 38 e um fuzil 22, com numeração raspada, foram encontrados pela Polícia Militar (PM) dentro de uma bolsa deixada no mato. As armas estavam cerca de 15 km de Colniza, onde também foi abandonada a caminhonete da ação criminosa.
Duas pistolas, que segundo as informações levantadas, também foram usadas, teriam sido jogadas dentro de um rio. O Corpo de Bombeiros foi acionado para efetuar buscas, mas as pistolas não foram encontradas.
O inquérito policial será concluído, nesta terça-feira (26), com indiciamento de todos os envolvidos pelos crimes de homicídio qualificado, pela paga ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, tentativa de homicídio e associação criminosa. O menor de idade responderá por ato infracional análogo aos mesmos crimes.
O delegado Edison Pick, agradeceu o apoio das forças de segurança do estado e de todos os que auxiliaram o esclarecimento do crime. “Agradeço o delegado Ramiro Mathias Ribeiro Queiroz que disponibilizou a equipe do Grupo de Operações Especiais (GOE), delegado, Marco Bortolloto Remuzzi com a equipe do Garra de Juína, força tarefa coordenada pelo delegado da Derf Cuiabá, Caio Fernando Alvares de Albuquerque, além da equipe local, sem os quais não seria possível a rápida e eficiente resolução do caso”, destacou o delegado.
O crime
O prefeito conduzia uma Toyota SW4 preta quando foi interceptado pelos criminosos, em um veículo SUV, preto, cerca de 7 quilômetros da entrada da cidade. O veículo foi ao encontro da caminhonete, momento que foram efetuados vários disparos contra o prefeito Esvandir que ainda conseguiu dirigir, mas acabou morrendo no perímetro urbano, na BR 174, esquina com a Rua 7 de Setembro. Outros dois disparos feriram o secretário Admilson, sendo um na perna esquerda e outro nas costas. O fato ocorreu por volta das 18h40, de sexta-feira (15).
Acompanhamento
Nas primeiras horas de sábado (16), duas aeronaves do Centro Integrado de Segurança Pública (CioPaer) foram deslocadas ao município. Um avião seguiu com equipe da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá e Inteligência, composta por um delegado e três investigadores, para auxiliar as Polícias local nas investigações. Outra aeronave levou o secretário de Estado de Segurança Pública, Gustavo Garcia Franciso, o comandante geral da Polícia Militar, coronel PM Marcos Cunha e o delegado geral da Polícia Judiciária Civil, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi, que acompanham os trabalhos.
O secretário Gustavo Garcia destacou o empenho de todas as instituições da Segurança Pública e atuação célere na elucidação do crime. “O esclarecimento do fato teve um sucesso muito rápido, outros demandam mais tempo. Parabenizo os policiais que se dedicaram que estão horas sem dormir, trabalhando diuturnamente e comemoro o fortalecimento do sistema de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso”, declarou.
“O sucesso dessa operação e de outras se deve a aproximação e integração das forças”, disse delegado geral da Polícia Civil, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi.
O comandante da Polícia Militar, coronel PM Marcos Cunha, também ressaltou a eficiência do sistema de segurança. “A rapidez na resolução de todo o caso, praticamente durante 10 horas já demos uma resposta a toda a sociedade. Parabenizo todos policiais militares e policiais civis”.