O que para muitos parece incomum, não assusta os estudiosos da área que já não consideram abalos em terras mato-grossenses casos isolados. O Observatório Sismológico do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB) registrou em 2017 cerca de 43 tremores em vários municípios de Mato Grosso – MT. O 1º tremor de 2017 aconteceu em Várzea Grande, no dia 05 de janeiro, o abalo registrou 3,2 graus de magnitude de acordo com o Observatório.
O 2º foi em Nova Marilândia (a 468 km de Rondonópolis) no dia 18 de janeiro, que teve o registro de 2,3. Já o 3º foi em Nova Canaã do Norte (a 928 km ao Norte) no dia 10 de fevereiro.
Porém, tiveram as cidades de maior intensidade, sendo Araguaiana (3,2 graus); Várzea Grande (3,2 graus); Nova Bandeirantes (2,9 graus); Pontes e Lacerda (2,8 graus) e Juara (2,8 graus) em 2017.
Outro fato que chama atenção é que no dia 03 de março de 2017, a cidade de Porto dos Gaúchos tremeu três vezes. O Observatório registrou três abalos, sendo que eles variaram de 2,2 a 2,6 graus na Escala Richter. Cinco dias depois, mais um foi registrado, este com a intensidade de 2,7 graus.
Em Cuiabá e Várzea Grande (a aproximadamente 220 km de Rondonópolis), tiveram outros casos, mas de baixa intensidade. Embora sejam 43 ocorrências o Observatório Sismológico informou que todos foram de baixa intensidade e que tiveram lugares que foram quase imperceptíveis.
Nesta quarta-feira (31), os moradores de Rondonópolis se assustaram com um tremor que alcançou a magnitude de 3,5, onde pontos da cidade e até na zona rural sentiram o abalo. Apesar do pânico em alguns, os tremores não causaram danos materiais e nem físicos. Foi o tremor de maior intensidade de magnitude desde 2016. Em setembro de 2017, Rondonópolis teve um outro registro de tremores só que de grau 2,2.
De acordo com o pesquisador e professor George Sand do Observatório Sismológico os tremores não tem influência climática e acontece devido as estruturas interna da terra. “A terra é dinâmica, deixando falhas (rachaduras) que podem se movimentar, essas falhas sofrem pressão e resiste o movimento até um certo ponto, quando chega esse ponto, essa falha se movimenta. Mesmo que seja milímetros os movimentos, geram vibrações sísmicas, que se propagam, se tornando tremores. O termo que usamos bem para esse movimento é dizer que a falha sofre uma acomodação”, explica.
Ainda não é possível prever se terá novos tremores, entretanto sempre depois do evento dessa magnitude, podem existir outros eventos de magnitude menor e que na sua maioria não perceptíveis pela população.