A manhã desta sexta-feira (09), amanheceu com a notícia da Santa Casa de Rondonópolis ter os serviços paralisados, devido ao atraso salarial desde outubro do ano passado. São mais de 15 médicos que prestam serviços ao hospital filantrópico.
A decisão sobre a suspensão dos serviços nos atendimentos da maternidade foi tomada em uma assembleia realizada no dia 26 de fevereiro e comunicada ao Conselho Regional de Medicina, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria de Estado de Saúde, Ministério Público Estadual e diretoria da Santa Casa.
Os profissionais afetados pelos atrasos e, caso não sejam efetuados os pagamentos, o atendimento da maternidade deve ser suspenso ao final do mês de abril. A decisão dos médicos em oferecer um prazo de 60 dias para que suspendam aos atendimentos se deve ao fato da Santa Casa ser referência em maternidade para todos os municípios da região e o único hospital da região Sudeste de Mato Grosso que oferece atendimento obstétrico de alta complexidade, ou seja, atendimento à gravidez de risco e casos de urgência e emergência.
A informação sobre o comunicado de paralisação foi repassada pelo médico Jaeder Carlos Pereira Junior, que é o coordenador do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia. “O último salário pago é referente a apenas metade do mês de outubro e os médicos não têm sequer uma posição sobre um possível pagamento, um prazo, qualquer informação que seja”, disse o coordenador.
Pereira lembrou dos investimentos recebidos pela maternidade nos últimos anos, que ampliaram o atendimento da Santa Casa. A maternidade atualmente ocupa um andar inteiro do hospital, com centro obstétrico, salas cirúrgicas, enfermarias, salas de apoio às equipes, áreas para internações, tratamento clínico, entre outros procedimentos. “Mesmo diante de tantos investimentos, tudo pode parar por falta de pagamento de salário… Isso não existe”, desabafa o coordenador.
A Santa Casa de Rondonópolis sofre há alguns anos com a falta de repasses por parte do Governo do Estado de Mato Grosso, o que acaba gerando atrasos nos salários de vários profissionais que prestam serviços ao hospital, principalmente os médicos.
O valor atual da dívida não foi repassado e a última informação oficial divulgada pelo governo do Estado sobre repasses para o hospital foi em outubro de 2017. Na época o valor foi para custear as despesas de atendimento de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).