Naquela tarde, havia nele uma vontade tão nova e também tão antiga. Naquela tarde, ele conheceria algo tão novo e também tão aguardado há tanto tempo.
A sua impaciência misturava-se a sua felicidade que nadava em suor e lágrimas. E por que não chorar agora? E o que ele tem vontade é de chorar, rir, sorrir e gritar. E por que então não chorar sorrindo ou rir chorando?
Isso talvez seja o que mais sintetize o que ele presume que irá sentir. E mesmo tentando deduzir todas as sensações, ele não possui nenhuma certeza do que realmente acontecerá.
O que é certo é que a sua máquina pulsante está mais rápida do que nunca e a sua fonte suor-ansiedade jorra sem cessar.
No embasado de sua vista, que já começa a escurecer, esfrega bem os olhos para tentar ver um vulto branco que se aproxima. Será um anjo como em uma visão alertando-o de sua felicidade iminente? Será uma noiva e este momento sublime nada mais é do que o seu próprio matrimônio?
Não há mais o que esperar e apesar de não enxergar, praticamente, nada neste instante, ele ainda pode ouvir bem quando o vulto se aproximou e pronunciou-se numa voz cálida e sutil:
– Parabéns, meu senhor! É uma menina!