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Após constantes confrontos EUA reabre fronteira entre o México

Da redação com G1
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Oficiais dos EUA tentam conter imigrantes com gás lacrimogêneo - Foto: Reuters
Oficiais dos EUA tentam conter imigrantes com gás lacrimogêneo – Foto: Reuters

O governo dos Estados Unidos reabriu a passagem de San Ysidro, que liga San Diego à cidade mexicana de Tijuana, depois de manter o local fechado por algumas horas em consequência da tentativa de centenas de migrantes de pular a cerca de proteção no domingo (25).

A Agência de Alfândegas e Proteção de Fronteira dos EUA comunicou a reabertura em uma série de mensagens no Twitter, nas quais anunciou em um primeiro momento a retomada do acesso de pedestres e, depois, do tráfego de veículos.

No domingo, quase 500 migrantes vindos de países da América Central tentaram atravessar em Tijuana a fronteira entre México e EUA, mas desistiram depois que os guardas americanos usaram gás lacrimogêneo. Desesperados, os migrantes saíram de um abrigo onde estão quase 5.000 pessoas e subiram em uma das cercas na fronteira, o que surpreendeu os policiais mexicanos.

O governo mexicano anunciou que vai deportar aqueles que tentaram atravessar a fronteira “violentamente” e “ilegalmente”. O comunicado emitido diz ainda que não enviará forças militares à região, apesar do aumento das tensões. Segundo o governo, na fronteira estão 7.417 migrantes que chegaram em caravana.

Oficiais dos EUA tentam conter manifestantes com gás lacrimogêneo - Foto: Reuters
Oficiais dos EUA tentam conter manifestantes com gás lacrimogêneo – Foto: Reuters

A situação provocou o fechamento da fronteira por algumas horas e os migrantes retornaram assustados para o abrigo, em meio a boatos de que poderiam ser detidos por policiais mexicanos.

Um migrante que pediu para não ser identificado denunciou o uso de balas de borracha pelos americanos.

As autoridades de Tijuana anunciaram a detenção de 24 hondurenhos, assim como de 15 mexicanos acusados de tentativa de agressão contra os migrantes.

Caravanas
Nos últimos dias, aumentou a tensão na fronteira entre os dois países. Em caravana, milhares de imigrantes vindos da América Central, como Honduras, Guatemala e El Salvador, tentam chegar aos EUA em uma tentativa de fugir da pobreza e da violência que assolam seus países.

Como resposta, o presidente dos EUA, Donald Trump, suspendeu por 90 dias a entrada de imigrantes pelo México e assinou uma ordem que impede a concessão de refúgio para quem entrar ilegalmente no país.

Apenas em setembro, os EUA barraram na fronteira cerca de 16.700 centro-americanos. O número recorde mostra tanto o aumento na chegada de migrantes quanto o endurecimento das medidas para detê-los.

Um trâmite de requerimento de asilo nos EUA pode durar mais de um ano devido à saturação do sistema judiciário americano – em outubro, as prisões atingiram a marca de 44.600 indocumentados, segundo a Deutsche Welle.

A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) na América Latina, Francesca Fontanini, pediu que a análise dos processos seja acelerada. “Também precisa ser elevada a capacidade de resposta na fronteira norte dos Estados Unidos, porque agora, por meios regulares, não é suficiente para servir aqueles que certamente buscarão asilo de maneira regular”, disse.

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