O excesso de informações no eSocial muitas vezes desnecessárias e a falta de cuidado dos pais com a documentação dos filhos estão impactando no momento do trabalhador garantir a vaga no mercado, justamente quando desemprego é muito alto no Brasil. Durante a contratação de um colaborador é solicitado desde o CPF da criança menor de sete anos, assim como o comprovante de presença na escola de Educação Infantil e o cartão de vacinação, documentos exigidos para preenchimento no sistema e a não apresentação dos mesmos acarreta o não registro do trabalhador no sistema do eSocial. Mesmo o trabalhador estando adequado para o cargo pretendido, pode perder a vaga em decorrência da burocracia.
Diante deste quadro, os empresários do setor de varejo solicitam que no caso de dependentes, o CPF das crianças seja o suficiente para o eSocial para gerar a contratação dos pais. O pedido para a desburocratização do sistema foi encaminhado pela CDL de Rondonópolis para revisão no caso da documentação dos filhos dos recém-contratados. Uma das alegações é que os demais documentos são desnecessários para as empresas e ainda somente neste ano a Receita Federal está exigindo o CPF de dependentes menores de oito anos na Declaração do Imposto de Renda.
O ofício pedindo a desburocratização do eSocial foi entregue pelo presidente da CDL Thiago Sperança ao presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso Ozair Bezerra, para encaminhamento à Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Para Thiago, os documentos tidos como obrigatórios para as crianças (cartão de vacina e controle de presença) no eSocial não têm influência na empresa e teriam que ser cobrados em outro sistema que não o eSocial. “Entendemos que está havendo excessos e que esses documentos não teriam que ser obrigatórios”, argumentou. Diante da não entrega dos documentos, o eSocial não libera a contração da pessoa. “A burocracia pode fazer com que a pessoa adequada para o cargo não seja a contratada para o trabalho, temos que ter mais facilidade no momento da contratação”.
Outros pontos criticados pelos empresários é a falta de informações claras dos erros e a dificuldade na transmissão de dados no novo sistema, que inclui muitas vezes mais de uma hora de espera. As falhas no sistema já foram reconhecidas, mas prevalecem como um entrave principalmente nos primeiros dias do mês, dificultando o trabalho do setor de Recursos Humanos das empresas.
Outro problema é a negligência dos cidadãos que não possuem os documentos em dia e diante da contratação precisam ir atrás do documento de reservista ou mesmo revalidar o título de eleitor. Esses problemas estão sendo comuns nas vagas de trabalho de até dois salários mínimos e acabam atrasando em alguns dias a contratação dos novos colaboradores.
