Salgadinho voltou a dar enfoque à carreira solo em 2019. Na última sexta (26), o cantor lançou o single e o vídeo de Sol e Sal, música gravada em parceira com Ferrugem. Neste ano, ele ainda pretender soltar mais quatro faixas, que serão disponibilizadas sempre com clipes e nas plataformas de streaming.
A nova fase traz o músico buscando se inspirar na geração atual do pagode, representada principalmente por nomes como o próprio Ferrugem, Dilsinho, Mumuzinho, Ana Clara e Lucas Morato (filho de Péricles). “Tava em débito com o público e precisava gravar o quanto antes. E nesse retorno, aproveitei para me aliar a esses novatos que trabalham com muita seriedade e qualidade”, define.
Apesar disso, Salgadinho continuará a participar do projeto que grantiu agenda cheia para ele, Marcio Duarte e Chrigor nos último anos: o Amigos do pagode 90.
A banda formada em 2014 resgata hits do gênero que dominou as FMs entre os anos 90 e 2000. O viés nostálgico atraiu muita gente e fez o trio de cantores voltar ao holofote da música nacional após anos inconsistentes. “Existia espaço para explorar essas centenas de músicas que bombaram no período e percebemos que essa demanda. Então nos reunimos”, explica.
Mas mesmo com o êxito, o grupo passou por mudanças recentemente. Chrigor deu lugar a Netinho de Paula e Marcio preferiu não continuar com o Pagode 90 – mas não terá um substituto.
Apesar dos boatos sobres brigas e desentendimentos, Salgadinho alerta que as decisções dos dois não devem ser encaradas como um rompimento oficial. “Veja bem, é um projeto aberto para todos os astros daquela época. Quando pensamos nisso, era para ser maior, com o Netinho cantando com a gente, e talvez até o Leandro Lehart. Mas como Netinho ainda era vereador, não pôde aceitar naquele momento. E agora deu. Mas Chrigor e Marcio saíram porque precisavam e não por desavenças”, explica.
O cantor ainda reforça a importância do sucesso do Amigos do Pagode 90. Na visão dele, isso é a prova de que, 30 anos depois, o movimento musical do qual eles participaram continua relevante, apesar de todo preconceito que passou. “Atravessar décadas não é fácil, mas também comprova que não era música descartável. Tocamos em arenas no nosso auge, abrimos espaço para a galera da periferia apostar na música e mostramos que os pobres também podem. Acharam que íamos sumir rapidamente, mas felizmente não foi isso que aconteceu”, comemora.