A visita do Grupo de Monitoramento e Fiscalização (GMF) do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça na Penitenciária Major Eldo de Sá Correa, conhecida como Mata Grande, aconteceu na manhã desta quarta-feira (10), em Rondonópolis – MT. Eles foram recebidos pelo diretor do presídio Ailton Ferreira.
A comitiva é formada pelo supervisor do GMF, desembargador Orlando Perri e o juiz coordenador do grupo, Geraldo Fidelis. O grupo tem o intuito de fazer um diagnóstico do sistema penitenciário de Mato Grosso e sensibilizar autoridades sobre a importância da inserção dos reeducandos no mercado de trabalho.
Na oportunidade, o Grupo de Monitoramento do Tribunal de Justiça conheceu as dependências da 2ª maior unidade penitenciária de Mato Grosso e também os trabalhos desenvolvidos pelos recuperandos.
Para o desembargador Orlando Perri é preciso conhecer a realidade das unidades. “Nosso objetivo é conhecer as boas ações como estas que são desenvolvidas aqui na unidade de Rondonópolis, mas também as deficiências que existem dentro das penitenciárias, para depois discutirmos com a sociedade melhorias para o sistema prisional”, afirmou.
Conforme Perri, “ainda existe muito a se fazer, na realidade os presos de Mato Grosso ainda não são tratados com a dignidade que eles merecem”, destaca.
Durante coletiva a imprensa, o desembargador também citou a responsabilidade do Estado. “A partir do momento que o Estado chamou para si a responsabilidade de reprimir os delitos, também assumiu a responsabilidade de devolver os reeducandos para sociedade em melhores condições das quais eles entraram para as penitenciárias. Mas, o que verificamos, é que isto não está acontecendo, muito pelo contrário, na maioria das situações os presos estão saindo em piores condições que entraram”, alega.
Ao final da entrevista, Orlando Perri ainda falou sobre um diagnóstico preliminar das unidades já visitadas. “O diagnóstico não é nada animador, na realidade temos uma grande população carcerária, além das facções criminosas comandando crimes de dentro das unidades prisionais. Portanto, precisamos conscientizar a todos que é preciso recuperar quem entra para o sistema prisional. Não podemos continuar neste círculo vicioso e devolver a sociedade pessoas piores do que eram”.
Para o juiz coordenador do grupo, Geraldo Fidelis, “é preciso que a pessoa encarcerada seja inserida no mercado de trabalho, dentro ou fora do presídio, para que não possa mais voltar ao crime”.
Geraldo Fidelis também foi questionado quando a estrutura das unidades. “Seria simples falar que o sistema penitenciário de Mato Grosso está falido, mas precisamos verificar a potencialidade de cada região e ver as possibilidade de crescimento e inserir homens e mulheres reclusos no mercado de trabalho”.
Mata Grande
Segundo dados repassados pelo diretor da Mata Grande, Ailton Ferreira, atualmente a penitenciária conta com cerca de 1.500 detentos.
A unidade desenvolve diversas ações de trabalho entre elas com panificação, lavanderia, horta e panificação. Ao todo são 415 recuperandos trabalhando dentro e fora da unidade. Aproximadamente 300 presos são monitorados com tornozeleira eletrônica.
O diretor da unidade ainda citou uma parceria com a Prefeitura de Rondonópolis, onde presos realizam trabalho para a Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder). Existe também uma parceria com a Concessionária Morro da Mesa, responsável pela conservação e preservação da MT-130.