Com o argumento de que crise econômica não é motivo para um gestor ser negligente e descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governador Mauro Mendes (DEM) criticou a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) que emitiu parecer favorável à aprovação das contas de governo de 2018 do ex-governador Pedro Taques (PSDB).
As declarações de Mendes foram dadas na tarde desta quinta-feira (8) ao ser questionado sobre as alegações que o tucano apresentou ao fazer sua própria defesa perante o TCE defendendo a aprovação de suas contas de governo. Taques destacou que em 2015, quando iniciou sua gestão, o Brasil passou por uma crise econômica sem precedentes e citou, inclusive, o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
Ao final, em decisão unânime o Pleno do TCE emitiu parecer pela aprovação das contas apesar de reconhecer a existência de 26 irregularidades graves e gravíssimas e fez 33 recomendações que deverão ser cumpridas pelo atual governador Mauro Mendes.
Por sua vez, o democrata discorda da postura adotada pelos conselheiros e dos argumentos do seu antecessor. “Não posso concordar com o cidadão que diz que crise seja desculpa para que nós possamos descumprir ou negligenciar naquilo que é importante para consertar a administração pública nesse País”, enfatizou Mauro Mendes ao lembrar que foi prefeito de Cuiabá até dezembro de 2016, período em que a crise econômica foi mais forte.
Observou que ainda assim entregou a Prefeitura da Capital com salários de servidores e pagamentos de fornecedores em dia, bem como não extrapolou os índices determinados pela LRF.
Diante do entendimento do TCE, em especial do relator das contas de Taques, conselheiro substituto, Isaías Lopes da Cunha, o governador observou que a crise econômica continua e dessa forma as recomendações da Corte de Contas só deveriam ser feitas em outro momento mais à frente. “Se a crise é a justificativa para descumprir tudo, as recomendações só podem valer no dia que o Brasil sair da crise”, criticou o governador.