Jaira Gonçalves de Arruda Oliveira, 42 anos, suspeita de envenenar e matar menina de 11 anos para ficar com herança teve prisão prorrogada pela Justiça por mais 30 dias. A mulher era madrasta da criança e foi presa no dia 9 de setembro, em Cuiabá, como principal suspeita de envenenar a conta-gotas, a enteada Mirella Poliane Chue de Oliveira. Ela nega o crime.
Nesta terça-feira (8), o pai da menina, José Mário Gonçalves de Oliveira, foi mais uma vez interrogado na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). Ele continua negando qualquer participação na morte da filha. Os delegados Francisco Kunze e Wagner Bassi Júnior, que atuam na investigação, já ouviram mais de 10 testemunhas e continuam fazendo diligências.
A criança chegou morta a um hospital privado de Cuiabá, às 15h17, do dia 13 de junho deste ano. Depois de uma sequência de internações e ainda por suspeita inicial de que a menina teria sido vítima de abuso sexual, a equipe médica encaminhou o corpo de Mirella para exames de necropsia junto ao Instituto de Medicina Legal (IML) da Capital.
O laudo descartou abuso sexual, mas comprovou presença do veneno carbofurano, um defensivo agrícola altamente tóxico, no organismo da criança.
A investigação prosseguiu pela Deddica que obteve na Justiça, um mandado de prisão contra Jaira. Ela era a única responsável pelo cuidado com a enteada, que passou a morar com o pai e a madrasta depois da morte dos avós paternos. A mãe da garota morreu em decorrência de uma forte hemorragia logo após o parto e por isso ela foi criada inicialmente pelos avós. Com a morte dos idosos a menina foi morar com o pai e a madrasta.
Foi justamente por causa da indenização de cerca de R$ 800 mil, obtida na Justiça, em decorrência da morte precoce da mãe Poliane Chue Oliveira, na época com 22 anos, que a menina teria virado alvo da cobiça da madrasta. Saques indevidos na conta da vítima também reforçaram as suspeitas contra a madrasta.