O presidente do Legislativo estadual, Eduardo Botelho (DEM), rebateu nesta terça-feira (15) – durante audiência pública – a declaração do diretor-presidente da Energisa, Riberto José Barbanera, que se disse surpreso com a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a concessionária. O executivo também negou que a empresa esteja praticando cobranças abusivas nas contas de luz da maneira como vem sendo propagado por milhares de reclamações e denúncias nas redes sociais e junto aos órgão de defesa dos consumidores.
Botelho desqualificou a fala, ao revelar que o diretor não deveria ficar surpreso com a criação da CPI, na Casa de Leis e, muito antes, a concessionária deveria ficar surpresa de ficar desatenta ao tanto de reclamação que tem e a insatisfação generalizada dos consumidores quanto aos serviços oferecidos.
“Surpresa não. Surpreso estamos nós, que eles tenham ficado tão desatentos diante das reclamações. Mas vamos dar aqui, a eles, uma oportunidade para demonstrarem, de fazerem suas explanações. E nós vamos levar a eles as reclamações, para entenderem sobre o que precisam mudar”, falou Botelho minutos antes de abrir a audiência pública na manhã desta terça-feira (15).
O deputado ressaltou, inclusive, que a CPI foi criada para averiguar de forma mais detalhada a questão das contas de energia, o atendimento da empresa e a diminuição da estrutura que a Energisa vem fazendo em Mato Grosso. “Enfim, no descaso com o consumidor de um modo geral”, enfatizou o presidente da Assembleia.
Conforme Botelho, a CPI é importante porque vai levar a situação à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que segundo ele, já foi contatada e se mostrou à disposição de participar da Comissão junto com a Assembleia Legislativa. “Então, tem sim senhor. E ele precisa primeiro respeitar o povo de Mato Grosso”, rebateu Botelho.
Presente na audiência, Riberto Barbanera afirmou que uma CPI desgasta a imagem da empresa. No entanto, será uma oportunidade de esclarecer a sociedade o trabalho da concessionária, sob a justificativa de que o setor elétrico é complexo e isso gera muita desinformação que é espalhada por quem não entende. “Talvez nós da Energisa tenhamos falhado em levar esclarecimento a toda à população, sociedade e à própria Assembleia Legislativa”, argumentou o executivo.
Riberto ainda se mostrou surpreso com a rápida criação da comissão no parlamento. “O assunto evoluiu de uma audiência pública para CPI em três dias. Foi muito rápido, a gente não teve tempo de se posicionar”, alegou ele tentando associar as reclamações na elevação da tarifa ao aumento da temperatura nas últimas semanas.
Contudo, na tribuna da Assembleia não conseguiu repassar todas suas explicações, pois foi alvo de muitas várias e gritos durante o tempo todo. O diretor-presidente da empresa, inclusive, encerrou sua fala de forma repentina mediante gritos que ecoavam das galerias e do plenário dizendo “fora Energisa”.