Com capacidade prevista de 290 leitos, o Hospital Central de Mato Grosso, obra lançada em 1984, e, portanto, abandonada há 35 anos, será entregue em dois anos. A afirmação é do secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, que está à frente da Secretaria Estadual de Saúde (SES) desde que Mauro Mendes (DEM) assumiu o Governo do Estado, em janeiro deste ano. O custo da obra é estimado em R$ 135 milhões e deverá ser executada com recursos oriundos das ações de combate à corrupção, realizadas pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Com perfil gestor e entregando resultados ao setor público desde 2013 – quando assumiu a Secretaria de Educação de Cuiabá – Gilberto Figueiredo pontua que a equipe da SES está focada no desenvolvimento do projeto desde março deste ano. A obra inacabada do hospital está localizada no Centro Político Administrativo de Cuiabá desde 1984 e será retomada pelo Governo do Estado já em 2020.
“O objetivo é oferecer uma estrutura moderna e que atenda a alta complexidade em Mato Grosso”, disse o gestor. Conforme explica Gilberto, existem nove mil metros quadrados de paredes levantadas que serão reaproveitadas, com readequações e correções das ineficiências que o parecer técnico apresentou.
“A parte que já está levantada será voltada para a enfermaria. Além disso, vamos construir 23 mil metros quadrados. Isso mostra que se trata de um novo hospital. A decisão de manter o nome tem como base a historicidade da instituição, assim como fizemos no Hospital Estadual Santa Casa”, pontuou Gilberto.
O edital de licitação deve ser lançado em janeiro de 2020 e após a assinatura do contrato, o início da obra será imediato. “Nosso propósito é de finalizar o Hospital Central e tenho convicção de que isso vai acontecer. E a convicção parte do princípio que estamos com o projeto 100% pronto. Lançando o edital de licitação em janeiro, até abril devemos ter o julgamento da empresa escolhida e, 24 meses após a assinatura, a conclusão do hospital será entregue à população”, afirma o titular da SES-MT.
Gargalo – A iniciativa de retomar as obras do Hospital Central começou em março deste ano. À época, o secretário Gilberto convidou o governador Mauro Mendes e equipe técnica para visitarem o local com o objetivo de sensibilizá-los para que o local atendesse ao gargalo da alta complexidade.
Conforme dados da SES, Mato Grosso possui uma demanda reprimida de pelo menos 65 mil procedimentos. “Precisamos e vamos mudar este cenário”, destaca Figueiredo. Com o hospital, a SES visa também minimizar os problemas com o déficit de leitos da alta complexidade, os altos custos com o serviço de Tratamento Fora do Domicílio (TFD) e, ainda, a judicialização da Saúde.
Santa Casa – Questionado sobre a garantia em finalizar uma obra parada há quase quatro décadas, Figueiredo afirma que tem foco em resultados, assim como o governador Mauro Mendes. Ele enumera alguns desses resultados, como a adimplência do Estado para com os repasses aos municípios, o resgate dos hospitais das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e, ainda, a entrega em 60 dias do Hospital Estadual Santa Casa que enfrentou graves problemas de gestão quando gera gerenciado pela diretoria da unidade.
“Nossas unidades não têm problemas de suprimentos, estão 100% abastecidas. Todos os nossos hospitais no Estado estão recebendo investimento em infraestrutura, reforma e equipamentos. Fizemos processo seletivo e contratamos pessoal que estava faltando em todos os hospitais. As fontes que temos para construção desse hospital são várias. Uma delas é o acordo que o governador Mauro Mendes fez com o Ministério Público, e que é altamente impactante. Os recursos serão suficientes. E ainda temos uma carta da manga, que seria demandar ajuda do Ministério da Saúde”.
Projeto – De acordo com o projeto apresentado pela SES, o Hospital Central terá aproximadamente 32 mil metros quadrados de área total construída, sendo 9 mil da estrutura antiga e 23 mil de ampliação. Terá nove salas cirúrgicas e ainda contará com 60 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 36 leitos da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI), 21 leitos de Pronto Atendimento, 44 leitos de retaguarda e 129 leitos de enfermaria; um total de 290 leitos voltados para o atendimento de toda a população mato-grossense.
Dentre as especialidades previstas para o hospital, está a Cardiologia, Neurologia, Vascular, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Urologia, Ginecologia, Infectologia e Cirurgia Geral.