O Corpo do Bispo Dom Pedro Casaldáliga chega hoje em Mato Grosso para o sepultamento. O religioso, que ficou conhecido como o “Bispo dos Esquecidos” ou o “Bispo do Povo” morreu aos 92 anos em Batatais, interior de São Paulo, onde tratava e uma pneumonia.
Casaldaliga chegou em Mato Grosso em 1968 e lutou contra a ditadura militar e defendeu índios, posseiros e peões. Sofreu vários atentados e um processo e expulsão do Brasil, mas seguiu firme na luta.
“Minhas causas valem mais que minha vida”, é uma das frases mais famosas de Casaldáliga.
O governador de Mato Grosso decretou luto oficial de três dias no estado. Dois ex-presidentes prestaram homenagens a ele ao serem comunicados da morte. Lula disse que o “Brasil perdeu uma das referências da luta pelos direitos humanos” e Dilma Rousseff reforçou que o legado permanecerá:
“Suas causas resistem e ele viverá em nossos corações”, escreveu Dilma no Twitter.
Ex ministros como Marina Silva, Ciro Gomes, Carlos Ming e Olívio Dutra se solidariezaram, assim como artistas como o ator Paulo Betti e a cantora Vanessa da Mata.
Em Mato Grosso a deputada Janaína Riva lamentou a morte do religioso e destacou a importância do trabalho pastoral dele.
“Deu voz a quem não era ouvido”, enfatizou a deputada.
O corpo de Dom Pedro deve chegar pouco depois do meio dia em Ribeirão Cascalheira onde serão realizadas cerimônias de despedida no santuário dos Mártires da Caminhada, que ele criou em homenagem ao padre João Bosco, que foi morto ao lado de Dom Pedro na década de 70.
Na terça o corpo segue para São Félix do Araguaia onde ele viveu por mais de 50 anos para o sepultamento, que está previsto para as 8 horas da quarta-feira no cemitério dos peões.