As mortes violentas intencionais voltaram a crescer no 1º semestre de 2020 em todo o país, de acordo com o Anuário de Segurança Pública, feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nesta segunda-feira (19).
No primeiro semestre desse ano, foram registradas 25.712 mortes violentas intencionais em todo o país, o que representa um aumento de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
O estudo revelou ainda que, nesse período, 110 policiais foram assassinados, o que representa um aumento de 19,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação ao número de mortes decorrentes de intervenções policiais, foram 3.181 vítimas, um crescimento de 6% ante o mesmo período de 2019.
“Somos um país profundamente violento e não conseguimos enfrentar o problema da violência de forma satisfatória”, afirma Renato Sérgio de Lima. “Basicamente, o Brasil vê um repique considerável, que não é pontual, pensando em um fenômeno nacional.”
O Ceará se destaca nesse cenário por conta da greve da polícia militar em fevereiro que se associou a uma reorganização das facções criminosas. “As polícias precisam refletir sobre como oferecer um serviço de mais qualidade com melhores condições de atuação”, afirmou o pesquisador.
O Anuário de Segurança Pública registrou um total de 47.773 mortes violentas intencionais no ano passado, o que representou uma redução de 17,7% em relação ao ano anterior. Isso significa uma taxa de 22,7 por 100 mil habitantes.
Foram 39.561 homicídios, 1.577 latrocínios e 172 assassinatos de policiais. Em 2019, foram registradas 6.357 mortes por intervenções policiais, sendo 13,3% das mortes violentas provocadas pelas polícias.
Em relação às vítimas da violência letal no Brasil, o estudo constatou que 74,4% são negros, 25,3% brancos e 0,4% amarelos e indígenas. O levantamento mostrou ainda que 51,6% são jovens até 29 anos, 8,8% mulheres e 91,2% homens e 72,5% dos crimes foram cometidos com arma de fogo.