Escolhido pelo prefeito José Carlos do Pátio (SD) para chefiar o Escritório de Representação do Município em Brasília, o geógrafo Paulo José Correia, que por muitos esteve à frente da Secretaria de Habitação e Urbanismo, diz que sua nova função é a de abrir portas e vencer a burocracia para carrear recursos e benefícios para a cidade. Ele foi entrevistado pelo Portal AgoraMT e falou da importância da função.
Paulo José diz que deixa a função de secretário com a sensação de dever cumprido e analisa que conseguiu implantar grandes avanços no período. “Quando eu entrei na Habitação, era apenas um departamento com três servidores, eu, uma arquiteta e um engenheiro. E hoje, estou saindo da secretaria para assumir essa nova missão atribuída pelo prefeito, mas estou deixando uma secretaria com 120 servidores, toda bem estruturada, com veículos novos e atendimento. Ao longo desses oito anos, construímos mais de 18 mil novas moradias populares, entre casas e apartamentos, regularizamos mais de 15 mil famílias, (que) receberam o título (de propriedade) gratuitos. Isso é um marco na cidade de Rondonópolis”, externou.
Para ele, o trabalho desenvolvido na Habitação, que o levou a ir por diversas vezes à capital federal atrás de viabilizar recursos e projetos para a construção das tais moradias populares, o credenciou para sua nova função. “Hoje, eu estou focado nas 21 secretarias, e não mais só na Habitação”, adiantou.
O novo representante de Rondonópolis em Brasília defende a existência do Escritório de Representação em Brasília e diz que o mesmo é fundamental para carrear obras e recursos para a cidade. “O município trabalha com recursos de fonte própria, que são os impostos de cada um de nós, como o IPTU e o ISSQN, que são contribuições que vem de cada um de nós. E tem os valores que o Município arrecada e que são devolvidos pelo Governo Federal em forma de projetos. A função minha, de agora para frente, no Escritório de Representação, é trazer para o Município de Rondonópolis, o maior volume possível de recursos para que a gente possa ampliar e melhorar ainda mais a qualidade de vida da população”, explicou.
Paulo José continua explicando que esses recursos federais não vêm automaticamente para o Município e que há toda uma série de exigências legais e técnicas para a elaboração de projetos, que depois precisam ser protocolados e aceitos nos ministérios, exigindo uma gestão para que sejam analisados e aprovados pelos mesmos, para só depois serem liberados os recursos financeiros e finalmente a obra poder ter início.
“O Brasil tem mais de cinco mil municípios. E bebe água limpa quem chega primeiro. E para chegar primeiro, não adianta eu chegar lá num ministério, como o Ministério do Desenvolvimento Regional, e tentar passar a sacolinha. Tem que ter um projeto montado. Então, qual o objetivo dessa minha função agora: primeiro identificar onde estão os recursos e quais são as linhas de recursos que nós temos disponíveis em cada ministério”, pontua.
“A partir daí, vamos montar projetos, apresentar aos ministérios e quando esse projeto estiver devidamente apresentado e aprovado, aí sim o peso político, e nós vamos buscar senadores, deputados federais, prefeitos e até mesmo o governador para que a gente possa fazer a ação política de liberação desse recurso”, completou.
Como exemplo, ele citou o empréstimo de R$ 107 milhões adquiro pelo município via Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento) que viabilizará obras de infraestrutura como o asfaltamento de ruas da região Sagrada Família e do Parque Universitário, que há anos sofrem com os estragos provocados pelas águas da chuva e pela ausência de ruas pavimentadas, e que também garantirá melhorias nos distritos industriais da cidade. “Esse projeto foi viabilizado por nós. O Município fez o projeto, a Câmara aprovou e foi apresentado em Brasília e, aí sim, com uma demanda política, veio a aprovação”, concluiu.
Acompanha abaixo a íntegra da entrevista: