O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), afirmou discordar da proposta do colega Wilson Santos (PSDB), que prevê o fim do voto secreto em votações na Assembleia Legislativa.
Para o democrata, a medida “é sem futuro” e poderia representar uma ameaça a liberdade de voto dos parlamentares.
“Vejo como um projeto sem futuro. O veto é uma oportunidade para o deputado expressar a sua vontade livre das pressões, inclusive, para derrubada de vetos do Governo”, disse Botelho, ao ser questionado sobre o assunto.
A proposta de Wilson Santos surgiu após uma polêmica envolvendo a votação que manteve o veto do governador Mauro Mendes ao projeto que ampliava a isenção de alíquota previdenciária aos aposentados do Estado que ganham acima de R$ 3 mil.
Naquela ocasião, o placar terminou em 13 a 11 pela manutenção do veto. Um dia depois, no entanto, 13 deputados – seja pela imprensa ou por meio das redes sociais – garantiram ter votado pela derrubada do texto.
Segundo Wilson, o imbróglio só aconteceu em razão de a votação ocorrer de forma secreta. O tucano sustentou ainda que episódios como esse abrem margem para uma “onda de fake news” e descrédito aos deputados.
Botelho, por sua vez, sustenta que o voto secreto tem o objetivo de “dar força às minorias”.
“[O veto secreto] é justamente para dar força à minoria. Esse foi um caso, mas tem muitos vetos aqui que foram derrubados. Se não fosse voto secreto, não derrubaria”.
“O deputado Wilson pode apresentar o projeto, é um direito dele. Eu estou expressando a minha opinião, como deputado. Não é nem como presidente. Acho que voto, no caso de veto, de contas de governo, contas de Poderes tem que ser secreto”, concluiu o presidente.