As duas vereadoras de Rondonópolis cobraram hoje (15) o esclarecimento do assassinato da então diretora do Sanear, Terezinha Silva Souza, ocorrido há exatos dois meses. Marildes Ferreira (PSB) e Kalinka Meireles (Republicanos) disseram acreditar no trabalho da Polícia Civil, mas ressaltaram que a punição dos responsáveis é fundamental para afastar a insegurança que paira principalmente sobre as mulheres no município.
Marildes Ferreira considera que a morte de Terezinha é mais um exemplo da violência extrema a que estão submetidas as mulheres brasileiras. Ela lembrou que o país é o quinto no mundo em número de assassinatos de mulheres e considera que a impunidade agrava a situação. “Até este momento não se tem nenhuma pista, não se tem indícios de quem foram os autores e por quais motivos. Então a gente vê como são tratadas as mulheres” reclamou.
A vereadora disse que Terezinha tinha um forte senso de responsabilidade, e se destacou pelo empenho na busca de recursos e na gestão eficiente da autarquia de água e esgotos de Rondonópolis. Para Marildes, a falta de informações oficiais favorecem especulações e boatos que só serão dissipados com o sucesso da investigação.
“Não tenho informação nenhuma sobre como isso está sendo conduzido. Mas eu espero que a Polícia faça o seu trabalho, coloque os assassinos atrás das grades e a justiça seja feita. Porque não é só o fato da Terezinha do Sanear, é o fato da execução de uma mulher”, ressalta.
Kalynka Meireles também deposita na atuação da Polícia Civil a esperança de que tudo seja esclarecido. “Acredito que a polícia esteja trabalhando de modo mais sigiloso até para poder chegar aos responsáveis por este crime. Acompanhei por muito tempo (como repórter) o trabalho dos policiais, respeito o que eles fazem e acho que logo teremos a resposta. Mas não podemos deixar de fazer essa cobrança”, afirmou.
Indagada sobre a lembrança que tem de Terezinha Silva, Kalynka falou da origem humilde e da franqueza da ex-diretora do Sanear. “Ela tinha pulso firme, era conhecida por ser bastante incisiva na cobrança e conseguiu chegar onde chegou mostrando muito trabalho. A gente espera que a história dela inspire outras mulheres a assumirem grandes responsabilidade, mas sem o receio de terem suas vidas ceifadas. A punição dos responsáveis por este crime brutal é fundamental, até para que as mulheres que decidam assumir funções relevantes tenham a garantia de que não vão pagar com suas vidas”, finalizou Kalynka.
O Caso
Terezinha Silva Souza tinha 54 anos e foi assassinada a tiros na manhã do dia 15 de janeiro quando seguia para o Sanear. Os assassinos estavam em uma moto e fugiram em seguida sem deixar pistas. Ela chegou a ser levada para um hospital, mas não resistiu. O motorista que estava com ela não foi atingido.
Durante as investigações a polícia chegou a prender um homem que era esposo de uma ex-funcionária do Sanear demitida por Terezinha. No entanto a análise de câmeras de vigilância mostrou que o suspeito estava em casa no momento do crime e ele foi liberado.
As hipóteses iniciais envolviam a possibilidade de que o crime tenha sido motivado pela atuação dela no Sanear, por questões políticas ou mesmo por razões passionais. A investigação prossegue em sigilo e segundo a Polícia Civil todas as hipóteses estão sendo apuradas.