Duas em cada dez pessoas de Cuiabá não nasceram na cidade, é o que mostra o último senso do Instituto Brasileiro de Pesquisas, Geografia e Estatísticas, (IBGE). Estes são os chamados “paus rodados”, expressão popular para os migrantes.
O professor de história Leandro Oliveira explicou à reportagem do AGORA MT que a expressão levou em consideração os troncos que desciam rodando pelo rio Cuiabá nas enchentes até encostarem nas barrancas do rio.
A expressão foi parar em músicas e poesias dos mais variados artistas da cidade. O policial civil Vinícius Borges nasceu em Carazinho, interior do Rio Grande do Sul, mas esta em Cuiabá há quase quarenta anos.
“Cuiabá é para mim uma segunda mãe. É uma terra quente, mas não é apenas o sol, é o calor humano”, destacou o policial que chegou ainda criança em Cuiabá e construiu sua história e família. Vinicius é casado e pai de um menino.
“Os cuiabanos são muito receptivos. São pessoas simples, acolhedoras. Impossível não se encantar por esse lugar”, enfatizou o policial.
Se Vinícius veio do Sul, Adriana Sousa deixou o Maranhão para viver em Cuiabá.
“Vim em busca de oportunidades, apenas com a roupa do corpo e a coragem”, contou a vendedora relembrando a viagem de três dias de ônibus até a capital de Mato Grosso.
“Foi amor a primeira vista. Me apaixonei por Cuiabá e construí minha vida aqui. Tenho saudade da minha cidade natal, mas tenho certeza que meu lugar é Cuiabá”, contou Adriana.
Cuiabá vive dilemas comuns de cidades em crescimento. Precisa encontrar soluções para o transporte público, para a educação e a industrialização, mas sem perder a essência de um povo simples e de muita fé.