A vacinação dos profissionais da Segurança Pública em Cuiabá, com previsão para ter início nesta quinta-feira (8), foi suspensa após um novo embate entre o Governo do Estado e a prefeitura da Capital.
De um lado, o Estado alega que o Município descumpriu o acordo feito com o Governo e não entregou as doses para aplicação.
A prefeitura, por sua vez, alega que a Secretaria de Estado de Saúde sugeriu ao Município que retirasse dessas doses uma parte destina a outro público para iniciar a vacinação dos membros das Forças Armadas e Forças de Segurança Pública.
De acordo com o secretário de Estado de Segurança, Alexandre Bustamante, o Governo conversou com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems-MT) e todos autorizaram o uso d eparte dos imunizantes para as forças de segurança.
“Houve um acordo entre o governo e o município de que as doses seriam entregues, já que a prefeitura é quem tem a responsabilidade de fazer a retirada na Central de Distribuição. A prefeitura capacitou os profissionais de segurança formados na área da saúde para fazer a aplicação”, disse o secretário.
Ainda segundo ele, os profissionais se cadastraram no site da prefeitura para agendar a vacinação na última quarta (7).
“Tudo foi feito e acordado para dar início hoje. Só posso dizer que esse foi o presente de Cuiabá para os profissionais da segurança no dia do aniversário da Capital”, destacou Bustamante.
O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, atribui a não entrega das doses pela Prefeitura de Cuiabá à questões políticas por parte do município.
“A prefeitura, apesar de ter informado que estaria encaminhando as doses que já tinham sido acordadas durante a semana, não o fez. É claro que foi uma questão política e é lamentável, pois demonstra o valor que a Prefeitura de Cuiabá dá aos profissionais que cuidam da segurança de toda a população”, afirmou Carvalho.
“Empréstimo” de doses
Por meio de nota encaminhada à imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS) informou que não recebeu vacinas destinadas ao grupo que atua nas forças de segurança.
Ainda seguindo o Município, as doses recebidas o último dia 5 devem ser usadas da seguinte forma: 2.575 doses de Astrazeneca, voltadas para segunda dose de trabalhadores da saúde; 19.940 doses da Coronavac, sendo 17.970 doses para segunda aplicação de trabalhadores da saúde e de idosos e 1.970 doses para primeira aplicação de idosos de 65 a 69 anos.
“A Secretaria de Estado de Saúde sugeriu ao Município que retirasse dessas doses uma parte para iniciar a vacinação dos membros das Forças Armadas e Forças de Segurança Pública, o que foi negado, diante da responsabilização legal que pode advir disso. Necessário informar, que neste caso, a responsabilidade pela vacinação é da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso”, diz trecho do documento.
Conforme a secretaria, a organização da vacinação dos membros das Forças Armadas e Forças de Segurança Pública é de responsabilidade da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
“A SMS informa que apenas participou oferecendo a capacitação para que os próprios servidores atuassem na vacinação, desde o registro até a aplicação das doses, no caso daqueles que têm formação na área da Saúde”, cita a nota.