Alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira (14), no âmbito da operação Rota Final, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) afirmou ter recebido os fatos com “estranheza”.
A operação foi deflagrada pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). A ação apura um suposto esquema de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação no setor de transporte intermunicipal do Estado.
As investigações apuram possível envolvimento do parlamentar no esquema.
Por meio de nota encaminhada à imprensa, Dilmar e seu advogado, André Albuquerque, afirmaram não entender os motivos que levaram o deputado a figurar dentre os alvos.
“O deputado já prestou depoimento no processo perante o Gaeco/Naco anteriormente, sempre se colocou à disposição para qualquer outro esclarecimento, sendo assim, estranhamente, foi alvo de busca e apreensão de documentos e bens eletrônicos”, cita trecho do documento.
Dilmar apontou, ainda, que não foi denunciado formalmente, tampouco figura como réu no processo relativo à operação.
“A busca e apreensão realizada na residência do parlamentar em Sinop visa encontrar documentos que poderiam ligar o Parlamentar a ter qualquer relação com os acusados. Porém, nada fora encontrado, que conclua tal ligação do Parlamentar aos envolvidos”, cita a nota.
“Sendo assim, a defesa irá buscar informações junto ao Processo Judicial bem como, junto ao Gaeco-Naco para saber quais foram as razões que levaram a tamanha exposição desnecessária para com o parlamentar, além de outras medidas que entender serem necessárias”, acrescentou.
Operação Rota Final
Além de Dilmar, o ex-deputado Pedro Satélite também está entre os alvos da operação. Foram cumpridos, ainda, mandados de busca e apreensão na residência de uma assessora parlamentar.
Os agentes tentaram cumprir a ordem de prisão preventiva do empresário Eder Pinheiro, dono da Verde Transportes. As investigações revelam que ele seria o líder da suposta organização criminosa.
A defesa de Eder afirmou que ele não estava em sua residência, mas que irá se apresentar à polícia.
Foi determinado também o uso de tornozeleira eletrônica ao representante do Sindicato dos Empresários do Setor de Transporte Intermunicipal de Passageiros (SETROMAT), o empresário Júlio Cesar de Sales Lima.
Ele está proibido de se ausentar do Estado de Mato Grosso, frequentar alguns órgãos públicos e manter contato com outros investigados.
Foram cumpridas ordem de sequestro judicial de bens dos investigados até o montante de R$ 86 milhões, abrangendo imóveis, duas aeronaves, vários veículos de luxo, bloqueio de contas bancárias e outros bens necessários ao ressarcimento do prejuízo acarretado pela prática dos crimes.
A investigação, iniciada na Polícia Judiciária Civil do Estado de Mato Grosso, foi encaminhada, com autorização do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT), ao GAECO-MT em meados de 2019, onde foi concluída pelas autoridades policiais do Grupo Especializado, com supervisão do NACO Criminal.
O Inquérito policial possui 47 volumes de elementos de informações. Mais de 20 (vinte) pessoas são investigadas, dentre eles alguns empresários e dois parlamentares estaduais.