Os prefeitos de Alto Garças, Dom Aquino, Guiratinga, Itiquira, Juscimeira, Paranatinga, Pedra Preta, São José do Povo, São Pedro da Cipa, Santo Antônio do Leste e Tesouro se reuniram hoje em Rondonópolis para discutir ações de enfrentamento à Covid-19 no sudeste de Mato Grosso. Foi o primeiro encontro do gênero realizado desde o início da pandemia, no ano passado.
Além de avaliar a possibilidade de edição de decretos conjuntos, eles estudam rever as relações com o Consórcio Regional de Saúde. Vários gestores reclamaram da eficiência, dos custos e também da falta de transparência sobre os gastos do consórcio – que é mantido com recursos das prefeituras (71%) e do Governo do Estado (29%).
Durante a reunião o secretário de saúde de Dom Aquino, Cláudio Amarante, defendeu a revisão da taxa administrativa paga ao Consórcio e cobrou uma prestação de contas. Segundo ele, há anos os municípios não são informados sobre questões como investimentos e folha de pagamentos do Consórcio.
As reclamações serão formalizadas e, caso não haja mudanças, os municípios podem deixar o consórcio e optar por assumirem os serviços de UTI – abrindo leitos nas próprias cidades ou fazendo a contratualização dos serviços entre si.
A proposta envolve a ampliação de vagas de UTI covid-19 em Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis e que a implantação leitos de UTI em Alto Araguaia, Jaciara e Poxoréu. O prefeito de Rondonópolis, José Carlos Junqueira, antecipou que está se preparando para abrir outros 10 leitos na cidade.
José Carlos e o secretário de Saúde de Rondonópolis, Vinicius Amoroso, também apresentaram dados sobre os investimentos feitos pelo município. Eles demonstraram que os leitos de UTI mantidos com recursos do próprio município, no Hospital de Referência Dr. Antonio Muniz, têm um custo menor e, até aqui, registram taxa de mortalidade menor que as observadas em outras unidades hospitalares.
UNINDO FORÇAS
A reunião realizada hoje em Rondonópolis confirma uma tendência de aproximação dos municípios visando o enfrentamento da Covid-19. Antes a cidade já havia sediado um encontro de presidentes de Câmaras e Comissões Legislativas. Também está neste contexto o decreto conjunto editado na semana passada por quatro prefeituras do Vale do São Lourenço.
Apesar de não admitirem publicamente, o movimento é uma reação dos gestores ao que consideram uma omissão da Secretaria Estadual e do Ministério da Saúde. Sem poder contar com uma coordenação desses órgãos, estes gestores estão unindo forças para tentar controlar a pandemia.