O secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo classificou como “palanque eleitoral” a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, sugerida pelo deputado Lúdio Cabral (PT).
Na visão de Gilberto, o parlamentar usa de tal estratégia para conseguir “espaço na mídia” e projetar uma eventual disputa à reeleição em 2022.
“Eu respeito a CPI, é um instrumento do mundo democrático. Se tiver, vou responder a todas as perguntas. Mas, nesse momento, muito se utiliza para antecipar a campanha ano que vem”, disse o secretário.
“Para oposição, fazer campanha é falar mal do governo. É uma visão míope de quem não consegue enxergar nada de bom, só coisa ruim. E a CPI cria palanque, dá espaço na mídia”, emendou Gilberto.
O secretário não poupou críticas à postura de Lúdio, que hoje é um dos principais nomes da oposição ao governo Mauro Mendes (DEM).
“Esse deputado só prospecta o que no entendimento dele é ruim. Mas fecha os olhos para as obras na área da Saúde, para a assistência farmacêutica, que atendia 8 mil pessoas e hoje atende 22 mil. Fechou os olhos para tudo o que foi feito para conseguirmos salvar vidas”, disse.
“O lado mais fácil em uma pandemia é o da crítica. Porque a pessoa não tem a responsabilidade de fazer nada. O Lúdio é médico de carreira, do SUS. Quantos pacientes ele atendeu? Não sobra um ‘horariozinho’ na Assembleia pra ir para frente da batalha?”, questionou o secretário.
Por fim, ele rebateu declarações de Lúdio dando conta de supostas irregularidades na aquisição de insumos ou equipamentos por parte do Estado em meio à pandemia.
“Fácil ele hoje questionar quanto pagamos por um comprimido, um respirador. Mas Mato Grosso nunca tomou uma decisão isolada, todas as decisões foram tomadas à luz de um comitê, assinado em ata e com total transparência”.
CPI
Conforme o deputado Lúdio Cabral, que também é médico sanitarista, Mato Grosso atingiu um platô elevado de 1,2 mil casos novos por dia em janeiro deste ano e, desde então, se manteve num patamar elevado, com piora da situação em março e abril, quando houve colapso total do sistema de saúde.
Segundo ele, as medidas adotadas pelo governo para combater o vírus foram “tardias e insuficientes”.