Ocupei-me de ser pai mais que de qualquer outra coisa na vida. Claro que busquei desempenhar todos os meus papéis com excelência, quer na advocacia, no magistério, na comunicação, na família, na igreja, na sociedade. Mas a nobre função de ser pai sempre foi o “norte” para onde a bússola de meu coração apontava.
Não é preciso ser pai para ser homem, mas é necessário ser homem para ser pai. Quando emprego o termo “homem”, não estou a me referir ao gênero, e sim ao caráter, à hombridade que deve ter aquele que se propõe a exercer a paternidade. Ser pai exige renúncia e, portanto, custa muito. Mas, quer saber? Faria tudo de novo, se preciso fosse, e talvez até mais e melhor.
Claro que é à mãe que a criança busca quando cai e rala o joelho, mas é na figura paterna que ela encontrará a segurança emocional de que necessita para se desenvolver-se completamente. A baixa autoestima nasce em corações que não tiveram a presença paterna na infância. Sem ideia do próprio valor que tem, essa criança, quando jovem, invariavelmente acaba por se entregar para qualquer um, não importando quão tóxico seja o relacionamento.
Pai é o rochedo de Gibraltar onde a criança pode se ancorar emocional e intelectualmente, é a referência pessoal de que carecemos em todas as fases da vida, especialmente na infância. Quando meu pai partiu dessa vida, vitimado por um infarto no miocárdio, eu contava com 13 anos, e minha irmã, com 9. Por isso mesmo, sua morte teve pesos diferentes para nós dois. Eu já ingressava na adolescência, mas Silvia ainda era uma menina. Nosso desenvolvimento emocional, posso dizer, foi completamente diferente.
Fiquei pensando o que me motivou a ser pai, a renunciar meu tempo, meu dinheiro, meu conforto só para cuidar de ciar minhas filhas. Só encontrei um apenas: foi o amor! O mais diferente amor que jamais conheci igual. O amor mais altruísta, mais intenso, mais real que já provei. Foi isso e só isso. Amor é o que move coração de pai. Minha homenagem a todos os pais pelo dia a eles dedicado.
